Mães lotam segundo mutirão do ano por vaga em Ceinfs da Capital
Desde às 7h da manhã deste sábado, centenas de mães buscam atendimento na Unidade Centro da Defensoria Pública, em busca de vaga em Ceinf (Centro de Educação Infantil), em Campo Grande. É o segundo mutirão do ano para tentar resolver o problema da fila de pais por matrículas nas escolas e creches municipais da Capital. No primeiro, realizado em fevereiro, teve 279 pedidos.
Neste sábado (11) o mutirão teve início às 7h com sete guichês do serviço de triagem e 27 servidores em ação para atender a demanda, entre assessores e defensores públicos, e por volta de 10h30 da manhã já haviam sido distribuídas 223 senhas.
Com a senha número 188, a costureira Kelly Cristina, de 30 anos, moradora no bairro Aimoré, disse que paga uma vizinha para cuidar a sua filha de um ano e dez meses para poder trabalhar, mas está cada vez mais difícil manter o pagamento em dia.
“Preciso de uma vaga na creche porque não estou mais conseguindo pagar para a vizinha ficar com minha filha. Está fora do meu orçamento, não tenho mais como pagar”, reclamou ela.
Elaine Cristina Midon, de 41 anos, mãe de uma menina de um ano e quatro meses, reclamou que fez inscrição para a fila de espera da Secretaria Municipal de Educação, mas não consegue atendimento e por isso resolveu tentar a vaga no mutirão.
“Lá na secretaria eles me deram um número de telefone para ligar, mas ninguém nunca atende. Sou separada, tenho um filho de nove anos e não posso pagar para uma pessoa cuidar dele, e aí não consigo trabalhar porque preciso ficar com ele”, comentou.
Ouvido pelo Campo Grande News, o coordenador da Unidade Centro da Defensoria Pública, Helkis Clark Ghizzi, disse que o encaminhamento da solicitação de vaga nos Ceinfs é feito a partir dos documentos apresentados pelos pais ou responsáveis pelas crianças.
“Aí é encaminhado um ofício para a Secretaria Municipal de Educação solicitando a vaga no Ceinf mais próximo da casa da pessoa, e a Semed tem 10 dias para responder. Se a resposta for negativa, ou seja, que não há disponibilidade de vaga, a Defensoria entra com mandato de segurança para assegurar a vaga”, explicou Ghizzi.
Segundo ele, se for concluídio que não há vaga, o poder público tem que custear o estudo da criança na rede privada. “A não dispobilização de vaga para uma criança estudar vai contra o Estatuto da Criança e do Adolescente”, ressaltou.