Mesmo com decisão do STF, Marquinhos diz que ainda não vai fechar aeroporto
Prefeito chegou a consultar seguidores e opiniões se dividiram sobre restringir viagens
“Por enquanto não vejo necessidade”. Foi a frase usada nesta manhã pelo prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), sobre a hipótese de fechar o Aeroporto Internacional de Campo Grande, como parte das medidas de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus.
Em transmissão on-line nesta terça-feira (24) o prefeito consultou seus mais de 75 mil seguidores sobre a possibilidade. Houve divisão de opiniões. Nesta manhã, durante agenda pública, o prefeito disse que ainda não vê precisão de adotar essa restrição ao terminal aeroportuário. No local, os reflexos da pandemia provocam tumulto na vida de passageiros, com viagens canceladas ou voos remarcados sem aviso.
Embora a operação seja federal, na live feita ontem Marquinhos afirmou que decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) abre a possibilidade de os municípios adotarem providências sobre os lugares, em razão da situação de emergência em saúde.
Opiniões – No saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande, o cenário não é de tumulto, mas é fácil encontrar quem esteja sendo afetado pela pandemia e os posicionamentos sobre manter os voos são diversos. O painel mostrava nesta manhã pelo menos 14 voos cancelados, a maioria vindo de São Paulo (SP), onde há omaior número de casos da Covid-19 no Brasil.
Para o estudante Gustavo Chaves, de 26 anos, que faz Medicina no Paraguai, o quadro é de incerteza. Ele tenta voltar para o país vizinho, mas não consegue. Contou ter comprado passagem para sexta-feira passada, e até gora o voo não foi confirmado.
“Concorda desde que previamente avisado”, opinou soubre a ideia de paralisar o funcionamento do aeroporto. Na visão dele, porém, é possível manter os voos em operação, com um controle mais rígido.
“Muita gente está em viagem e precisa chegar aqui, de alguma forma”, avalia Isabelle Mendonça de Oliveira, 25 anos, que trabalha como social media. Ela e o namorado, o editor de vídeo Junior Morel, 24 anos, voltavam de Porto Seguro (BA) e tinham previsão de chegar ontem, mas só hoje desembarcaram.
De acordo com ela, a operadora de turismo bancou as despesas em Campinas (SP), onde ficaram parados. O grupo era de 39 pessoas, contou. Alguns, relata o casal, dormiram de forma improvisada, no “banco” do Aeroporto.
“Tinha que encontrar uma forma de aceitar esse pessoal que está vindo para chegar aqui, as pessoas paradas em aeroportos, que precisam chegar em Campo Grande”, concorda Junior.
Para Joselina Gamarra, 48 anos, o fechamento do terminal é uma opção nesta fase de crise. Ela havia acabado de chegar de João Pessoa (PB), onde foi visitar a família.
O voo foi antecipado, das 6h para 1h e ela só soube porque, por zelo, decidiu chegar na internet se estava tudo certo.
“Eu acho que tem que fechar, porque é preciso fazer alguma coisa para controlar o vírus”. Na avaliação dela, faltam cuidados e todo mundo precisa fazer sua parte.
Dados do ano passado, indicam movimento diário de mais de 4 mil pessoas no Aeroporto de Campo Grande.