Mesmo sem obrigatoriedade, máscara deve permanecer por mais tempo na Capital
Até quem não acredita na eficácia das vacinas pretende manter uso do equipamento
A partir de hoje, terça-feira (22), o uso de máscara de proteção facial em locais fechados é de uso facultativo em Campo Grande. A desobrigação do item de prevenção contra a covid-19, publicada esta manhã por meio de decreto municipal, ainda divide opiniões, no entanto, maioria dos entrevistados pelo Campo Grande News pretende dar continuidade ao uso do equipamento.
Na fila do caixa de um supermercado no Bairro São Francisco, Victor Urt Filho, 57 anos, usava máscara ao pagar pela compra, assim como a profissional que recebia. Segundo ele, já era de seu conhecimento que não seria mais exigido a utilização do item no interior da loja, mas mesmo assim, prefere usar. “É por uma questão de segurança. Em locais abertos, até dá para tirar quando não estamos em contato com outras pessoas. Já quando tiver ambientes de maior aglomeração e fechados, é melhor não arriscar”, disse o funcionário público.
Enquanto a reportagem esteve no local, não constatou nenhum cliente ou trabalhador sem máscara. De acordo com o gerente do estabelecimento, que preferiu não se identificar, a direção da empresa emitiu comunicado, ontem, para que, assim que fosse publicado o decreto, liberasse qualquer pessoa sem máscara a frequentar as dependências da loja. Em relação à utilização por parte dos funcionários, ele disse que, até o momento, não há nada oficializado, mas acredita que os colaboradores serão orientados sobre a importância do item. “Eu acho que maioria que trabalha aqui vai optar por continuar usando, mesmo porque, temos uma circulação entre 1,5 mil e 2 mil clientes por dia.”
Já no Camelódromo, na região central, o número de lojistas e clientes utilizando máscaras era bastante dividido. Valdecir Benites Queiroz, 33 anos, dono de uma loja de serviços, ainda mantinha o equipamento na face, mas afirma que deverá retirá-la aos poucos, pois “virou um hábito”. Ele também defende a permanência facultativa em locais de grande circulação. Em seu estabelecimento, que conta com quatro funcionários, o uso de máscara ficará a critério de cada pessoa. “Vai da consciência de cada um, não vamos obrigar, pois cada pessoa tem um tipo de experiência”, disse o técnico de aparelho celular.
No mesmo local, a proprietária de uma loja de roupas, Cleonice França Torres, 48 anos, diz que não se imunizou contra a covid 19, porque muita gente se vacinou e contraiu o vírus, mas que sempre usou e continuará a usar máscara como forma de prevenção. “Vou usar ainda por mais tempo. Afinal, essa doença acabou assim de repente?”, questionou a comerciante.
De acordo com o presidente da associação dos comerciantes do Camelódromo, Narciso Soares dos Santos, a administração do local seguirá as orientações que estão previstas no decreto, como orientação para máscaras em idosos, além de medidas adotadas anteriormente. “Vamos seguir a orientação de biossegurança com já fazíamos antes, como álcool em todas as entradas, porque ainda estamos em período de pandemia.”
Conforme recomendado pelo decreto o uso de máscaras permanece em ambientes hospitalares, no transporte coletivo e rodoviário. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) também orienta que pessoas com comorbidades e com sintomas respiratórios continuem usando as máscaras. Também é recomendável a utilização da proteção em asilos.
Paulo Franquine, 37 anos, faz parte de um desses públicos. Ele faz tratamento médico e atualmente usa duas máscaras. Pré-diabético, utiliza o transporte e dessa forma, acredita estar mais protegido. “Já contraí o vírus e passei sem sintomas. Vou avaliar e conforme for, se realmente ficar comprovado que a pandemia está fora de risco vou retirando aos poucos, pois senti que outros sintomas respiratórios desapareceram depois que passei a usar a máscara.”