Militar expulsa e espanca filha por desconfiar de relacionamento homoafetivo
Suspeito também é advogado e entrou com ação popular para pedir distribuição de Ivermectina
Enquanto o mundo celebrava o “Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+”, nesta segunda-feira (28), uma jovem de 20 anos procurou a polícia em Campo Grande para denunciar o próprio pai por agressão. Além da violência física, ela foi expulsa de casa por supostamente ter um relacionamento homoafetivo.
O caso registrado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) chama atenção pelo preconceito e violência do homem de 52 anos, militar do Exército Brasileiro e advogado. Segundo o relato da vítima, o pai a expulsou de casa por acreditar que ela vivia um relacionamento homoafetivo. No entanto, a jovem nega.
Ela afirmou a polícia e também ao pai, que não tem ou teve com alguém do mesmo sexo. Os argumentos, segundo ela, não funcionaram com o militar e ela foi expulsa de casa. Na noite de ontem, voltou a residência do Bairro Coophatrabalho para buscar suas coisas, mas acabou agredida.
Segundo depoimento da vítima, o militar a segurou pelos cabelos e bateu sua cabeça contra a parede, além de dar tapas em seu rosto. As agressões não continuaram porque a mãe da jovem interferiu na situação e ela aproveitou o momento para sair da casa da família.
Na delegacia, a jovem pediu medida protetiva contra o pai, para impedir o contato e a aproximação dele, mas também para conseguir buscar os próprios pertences na casa do militar.
Conforme apuração do Campo Grande News, o suspeito é militar do Exército e advogado. Em março deste ano chegou a entrar com ação popular contra a Prefeitura de Campo Grande para que a justiça determinasse a distribuição de Ivermectina para a população como tratamento precoce a covid-19.
No documento questionou a aplicação da verba federal enviada ao Estado para atendimento aos infectados pelo coronavírus e a eficácia do lockdown, assim como das medidas adotadas pelo governo de Mato Grosso do Sul, contra a disseminação do vírus, medidas essas que indicadas por especialistas como única maneira de impedir o contágio da doença.
A ação popular continha ainda depoimentos de médicos e matérias que reforçavam o uso do medicamento como melhor tratamento precoce contra a covid-19, mesmo sem qualquer comprovação científica segura sobre isso. O pedido foi negado pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.