Modelo importado de negócio: empresa erguerá Hospital Municipal para “alugar”
Prefeitura abrirá licitação na terça-feira (2) e obra será entregue até julho de 2026
Em estrutura montada na quadra do parque Ayrton Senna, no Bairro Aero Rancho, um dos mais populosos de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP) lançou a licitação para construção do Hospital Municipal, anunciado há quase dez meses. A prefeitura fechará um tipo de contrato pelo qual a empresa que vai construir o prédio receberá um aluguel para mantê-lo e, mais tarde, o local será incorporado ao patrimônio público.
É uma locação do tipo “built to suit”, na tradução para o português, uma construção para atender o interesse do locatário, neste caso, a prefeitura. A entrega da obra com investimento de R$ 210 milhões, em terreno no Bairro Chácara Cachoeira, está prevista para até julho de 2026. O prédio ficará na Rua Augusto Antônio Mira.
A manutenção de elevadores, jardim, ar-condicionado, segurança, dedetização e outros serviços custará aproximadamente R$ 20 milhões por ano à empresa administradora. Também serão investidos cerca de R$ 80 milhões em mobiliário.
Com área de 14,9 mil metros quadrados, o complexo oferecerá atendimento 100% via SUS (Sistema Único de Saúde). Serão 259 leitos, sendo 49 de pronto atendimento; 20 de CTI (Centro de Tratamento Intensivo), 10 pediátricos e 10 para adultos e 190 de enfermaria, sendo 60 pediátricos, 60 adultos para homens e 70 para mulheres. Também haverá uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para adulto e pediátrica; 10 salas de cirurgia; 53 consultórios e 19 salas de exames de imagem, além de centro de diagnóstico, laboratório, guarita, jardim e estacionamento com 225 vagas.
A prefeitura estima que o Hospital Municipal fará por mês 1,5 mil internações, mil cirurgias, 2,5 mil pronto atendimentos, 13,5 mil consultas médicas e 13,5 mil exames de imagem.
Será um local de grande porte, porém, para se ter uma ideia, menor do que o Hospital Santa Casa e Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, conforme a secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite.
“Hoje é o start para o processo licitatório. Começa o processo licitatório amanhã. Será aberta uma licitação na modalidade concorrência. São 90 dias para entregar o projeto executivo para a nossa aprovação e 240 dias para entregar o hospital pronto. Nós, como 90% dos municípios do País, não temos recurso imediato para colocar. Então essa modalidade, que é o BTS, permite que comece a pagar a obra a partir da entrega”, explica a secretária.
A empresa fará a obra e colocará os equipamentos. Quando entregar a obra, a responsável ficará por 20 anos administrando a limpeza e a segurança, recebendo o aluguel da prefeitura. Já funciona assim em hospitais de Curitiba (PR) e no Estado de Rondônia.
“Esse modelo é muito feito no judiciário. Essas construções são mais rápidas. Vai ser 100% SUS (Sistema Único de Saúde). Será hospital pronto e equipado. Um dos quesitos da concorrência será o menor preço do aluguel mensal. O aluguel vai pagando a obra. O hospital está desde 2014 no Plano Municipal de Saúde”, detalha Rosana.
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