Morte de cantor sertanejo expõe importância do cinto de segurança
A morte do cantor Cristiano Araújo e da namorada dele, Allana Moraes, serve de alerta e reforça orientação antiga no trânsito: o uso do cinto de segurança. As vítimas estavam no banco de trás de um Range Rover, veículo equipado com sete airbags, cinco a mais do que exige a lei brasileira, mas sem o dispositivo principal de segurança, foram arremessados e não resistiram aos ferimentos.
O acidente também prova que o uso do cinto salva vidas. O motorista e o empresário do artista estavam na frente, lugares bem mais vulneráveis, porém sobreviveram porque estavam protegidos.
“Passageiro no banco de trás sem o cinto coloca em risco todos os demais ocupantes no interior do veículo, pois, durante a dinâmica do acidente, ele se choca com os demais passageiros”, explica o inspetor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Tércio Baggio.
Segundo ele, os airbags são equipamentos importantes, porém complementares. “Só são eficazes com o cinto de segurança”, afirma.
O diretor do Detran-MS, Gerson Claro, afirma que ainda existe relutância das pessoas em usarem o cinto em veículos, principalmente quando estão no banco de trás. Não faltam campanhas educativas para orientar, mas inúmeros acidentes mostram que a falta do equipamento de segurança provoca mortes no trânsito.
Quando se fala em ônibus, então, o problema se agrava mais. “Por ser um veículo grande, as pessoas sentem-se protegidas, mas não é bem assim”, relata. Para Baggio, “é um desafio para a PRF cobrar esse uso em veículos de passageiros”.
Nas ruas, todos conhecem a importância do dispositivo. O casal Adriele Godoy e Fagner Brito, 23 e 25 anos, exigem que os filhos coloquem o cinto todas as vezes que saem de casa.
“É fundamental o uso do cinto de segurança, independente de ser na frente ou no banco de trás, é um objeto tão simples, mas que pode salvar vidas, afinal ninguém pode prever um acidente”, diz o marido.
Já a estudante Kamila Barba, de 19 anos, sempre pede para que os passageiros do banco da frente usem cinto, mas só repete o gesto com quem está no banco de trás em dias de viagem.
“É muito difícil eu andar com passageiros no banco de trás, mas quando vamos fazer alguma viagem, todos fazem o uso do cinto. Na Capital já é mais complicado exigir porque com a correria do dia a dia passa despercebido”, ressaltou.
Para o autônomo Maurício Batista dos Santos, de 35 anos, o uso do cinto é indispensável. ”Eu só ando de carro usando o cinto de segurança, e só anda comigo quem utilizar também, se não fica em casa”, afirma.
O corretor Alexandre da Silva, de 23 anos, é pai de uma menina de 1 ano e sempre que vai sair com ela, faz questão de deixar o bebê conforto devidamente preso ao cinto de segurança.
“Toda vez que saio com minha filha faço questão de deixá-la segura com o cinto e não é só ela, sempre que carrego passageiros, peço para que usem o cinto”, pontua.
Há dois anos, a cabeleireira Ediane Araujo, de 28 anos, passou por um susto quando o esposo sofreu um acidente na BR-262, na saída para Três Lagoas. Ele perdeu o controle da direção do veículo e capotou. O carro ficou destruído, mas a vítima se salvou porque estava usando o cinto de segurança
“Antes eu não me importava de andar sem o cinto de segurança, depois do susto, eu procuro me policiar mais para andar de forma correta”, garante.
O motorista Sebastião Araújo, de 45 anos, conta que presenciou um acidente em que duas meninas morreram porque estavam sem o cinto, enquanto os ocupantes do veículo que estavam com o dispositivo de segurança sobreviveram.
Para ele, “o acidente do cantor Cristiano Araujo foi uma fatalidade, talvez se ele e a namorada estivessem utilizando o cinto, poderiam ter sobrevivido, assim como o acidente que presenciei há alguns dias, quando duas meninas morreram porque foram lançadas para fora do veículo. O cinto é fundamental. Enquanto as pessoas não entenderem que ele pode salvar vidas, vamos presenciar essas tragédias”, opina.