Mortes por covid aceleram ampliação de covas em cemitério de Campo Grande
Estacionamento desativado do cemitério do Cruzeiro será adaptado para sepultar mortos de famíliares carentes
O aumento dos casos de morte por covid-19 em Campo Grande começou a afetar as vagas disponíveis aos sepultados pelo sistema social dos cemitérios públicos, de forma gratuita. Para evitar a falta de covas, o Cemitério São Sebastião (Cruzeiro) está sendo ampliado com mais mil covas, projeto que foi acelerado por conta da crescente demanda.
Em Campo Grande, 1.522 pessoas morreram em decorrência da covid, 8 mortes nas últimas 24h. Isso representa taxa de letalidade de 2%, ampliada a partir do recrudescimento dos casos de infecção da doença.
O problema de falta de espaço em cemitérios públicos já não é novo, mas essa demanda, por si só, aumenta a procura.
A vaga social é destinada às famílias carentes, que não têm condições de arcar com sepultamento em cemitério particular e que não têm gavetas nos cemitérios públicos de Campo Grande – Santo Antônio, Santo Amaro ou Cruzeiro.
No caso do Santo Antônio, não há nem espaço para estes sepultamentos sociais, sendo somente permitido para quem tem gavetas nos locais.
O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese, explicou que o projeto já estava nos planos da prefeitura e seria executado somente no fim do ano. A demanda criada pelos mortos da covid-19 aceleram os planos. “É uma área que não era usada, estamos pegando estacionamento que não era usado e incoroporando”.
O cemitério do Cruzeiro fica na Avenida Cônsul Assaf Trad, no bairro Mata do Jacinto e tem 143,7 mil m². Existem 29.450 sepulturas no local.
A reportagem apurou que o antigo estacionamento fica de frente para avenida em um dos portões da entrada do local. O muro já começou a ser ampliado para cercar a área. Na obra da secretaria, serão preservados os bancos e a capela.
A prefeitura informou que as mil vagas serão destinadas para os sepultamentos sociais. Embora a demanda seja menor, já que 80% dos enterros são feitos nos cemitérios particulares, a ampliação é para evitar que faltem vagas aos mais carentes e que dependem dessas áreas para sepultamento dos familiares.
Rudi Fiorese disse que hoje não estão faltando vagas nos cemitérios públicos, mas a medida é preventiva.
Cemitérios – Dos três cemitérios públicos de Campo Grande, o menor deles é o Santo Antônio, localizado na Avenida da Consolação, com área de 41.328 m² e 14.544 sepulturas.
O Santo Amaro, na Avenida Presidente Vargas, tem 43.041 sepulturas distribuídas em 270,3 mil m².