Motociata reúne motoentregadores que pedem respeito de clientes e restaurantes
Protesto evidenciou agressão relatada por trabalhador na semana passada no Jardim Paulista
Manifestação com cerca de cem motoentregadores por respeito e paz no trabalho seguiu do Posto Faleiros na Avenida Duque de Caxias até os altos da Avenida Afonso Pena, na tarde deste domingo (12). Eles resolveram fazer a motociata após caso que repercutiu há uma semana. Um motoentregador, de 21 anos, contou que foi agredido após buzinar em frente à casa de um cliente, de 52 anos, no Bairro Jardim Paulista.
No fim do manifesto, motociclistas contaram que policiais militares teriam informado que os que fizeram barulho no percurso foram todos multados. “Fui atrás das autoridades e consegui pegar a autorização para realizar esta motociata hoje”, argumentou uma das organizadoras, Daniele Rios, de 26 anos.
Ela destaca que a motociata foi promovida para chamar atenção da população para o ocorrido na semana passada.
Tivemos o motociclista agredido na semana passada e há também outras situações do dia a dia, como clientes que não fornecem banheiro, água, que passam endereço errado e demoram meia hora para descer e descem bravos ainda”, desabafa Daniele.
Outro motoentregador, Hygor Silvia, de 29 anos, conta que a manifestação foi a favor do respeito e da paz, por isso todos foram vestindo roupas brancas.
Queremos respeito pelas lojas e restaurantes, tanto os contratos ou que trabalham por aplicativo. Na pandemia, quando ninguém podia sair de casa, a gente saiu, na chuva ou no sol, a gente está rodando para trazer comodidade e a gente queria que tanto os contratantes quanto os clientes tivessem respeito”, diz Hygor.

Ele conta que, muitas vezes, o cliente fica nervoso porque o motoentregador demorou ou porque ele mesmo [cliente] colocou o endereço errado no aplicativo.
“E mesmo assim, são grosseiros com a gente. Então, a gente fez esse movimento mais para dizer que estamos unidos em Campo Grande, e como aconteceu sábado passado, para mostrar que não é só um, mas a gente tá em uma categoria com mais de 2 mil motociclistas na cidade", destaca Hygor.
A reportagem solicitou informações à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul sobre a atuação dos policiais durante a motociata. Em nota, a PM respondeu que "não consta nos registros policiais militares alusão a notificações administrativas de trânsito efetuadas no citado evento".
Caso da semana passada - No sábado passado, disse que foi agredido após buzinar em frente à casa de um cliente. Diante do episódio, a categoria se reuniu e fez buzinaço na casa do morador, jogando até bombinha e pedras.
O profissional conta que buzinou duas vezes, e quando o cliente saiu, questionou o porquê de não ter apertado o interfone e pediu para não ficar buzinando. Após conversarem sobre isso, o motoboy diz que foi derrubado no chão pelo morador da casa. O cliente também teria anotado a placa da moto. O motoboy informou ao Campo Grande News que registrou boletim de ocorrência.