Motociclistas vítimas de acidentes são 43 na Santa Casa, 4 deles em UTIs
Se em algum momento, desde o início da pandemia, o isolamento poupou a população das ocorrências no trânsito, a trégua acabou
Referência no atendimento a pacientes vítimas de traumas, a Santa Casa de Campo Grande, que anunciou colapso ontem (27), tem hoje 43 motociclistas internados, 4 estão em UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo). A lógica é uma só, quando mais gentes nas ruas, mais trânsito e mais acidentes.
Em tempos de pandemia, quando a cidade deveria ter por recomendação das autoridades de saúde, pelo menos 60% das pessoas em casa, o baixo isolamento também é responsável pela lotação dos leitos hospitalares e não só dos pacientes acometidos pela covid-19.
Na retaguarda no sistema público de saúde, que agora direciona esforços para as pessoas com sintomas provocados pelo novo coronavírus, a Santa Casa se viu sobrecarregada com os atendimentos de outros casos.
Esperava-se que com os apelos para que as pessoas fiquem em casa, houvesse redução nos casos de traumas. Não foi se viu no maior pronto-socorro de Mato Grosso do Sul.
Só no fim de semana, a Santa Casa recebeu 229 novos pacientes, 88 deles vítimas de violência, agressões e acidentes, por exemplo, divulgou ontem. A quantidade de motociclistas internados é mais um sinal de que se em algum momento, desde o início da pandemia, o isolamento poupou a população das ocorrências no trânsito, a trégua acabou.
“A maioria já é direcionada prioritariamente para a Santa Casa, os que não vem são os menos graves. Mas há uma sobrecarga e este fim de semana foi o ápice”, afirma o médico Fabiano Cançado, coordenador do NIR (Núcleo Interno de Regulação).
“Lei Seca” - O prefeito Marquinhos Trad (PSD) também comentou o assunto na transmissão ao vivo desta terça-feira (28) e pela manhã, falou até em estudar a imposição de uma “Lei Seca” nos fins de semanas para tentar diminuir a combinação álcool e direção.
O chefe do Executivo municipal lembrou que os motociclistas são as principais vítimas no trânsito, mesmo que os que estejam nas ruas, seja para trabalhar. Sem dar números, Marquinhos disse que o número de acidentes envolvendo veículos de duas rodas triplicou “por causa dos deliveries”.