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Capital

Maior pronto-socorro de MS, Santa Casa recebeu só hoje pacientes de 10 cidades

Pandemia expõe a dificuldade de cuidar dos casos graves nos municípios, principalmente agora, com energias voltadas para a covid

Anahi Zurutuza | 28/07/2020 17:38
Paciente é mantido vivo pelas mãos de profissional de saúde que manipula o ambú, instrumento de ventilação usado na falta de respiradores mecânicos (Foto: Santa Casa/Divulgação)
Paciente é mantido vivo pelas mãos de profissional de saúde que manipula o ambú, instrumento de ventilação usado na falta de respiradores mecânicos (Foto: Santa Casa/Divulgação)

Maior pronto-socorro do Mato Grosso do Sul e chamada agora de retaguarda no sistema público de saúde que direciona esforços para atender os pacientes com a covid-19, a Santa Casa de Campo Grande tem, desde ontem (27), 100% dos leitos ocupados e nesta terça-feira (28), 25% da lotação é de pacientes do interior.

É mais um problema crônico escancarado pela pandemia: nem nas cidades polo do interior, é possível resolver os casos de alta complexidade, como os de pacientes graves da ortopedia e neurologia.

Hoje deram entrada no hospital pacientes que moram a mais de 430 quilômetros de Campo Grande, como Porto Murtinho. Também estão nessa lista Corumbá, São Gabriel, Ribas do Rio Pardo, Camapuã, Bonito, Sonora, Terenos, Costa Rica e Sidrolândia.

“Somos o maior pronto-socorro do Estado, sempre atendemos pacientes de todo o interior, também do Paraguai e da Bolívia, recebidos nas cidades fronteiriças e referenciados para cá. Isso já é rotina, de 25% a 30% da nossa ocupação é de pacientes do interior”, explica o médico Fabiano Cançado, coordenador do NIR (Núcleo Interno de Regulação).

O que a Santa Casa observou foi uma sobrecarga geral. “O fim de semana foi o ápice”, afirma o médico.

Ontem (27), o hospital convocou coletiva de imprensa para informar que “colapsou” depois e receber 229 pessoas, sendo 88 delas vítimas de violência, agressões e acidentes, por exemplo, sinal de que o isolamento social não está sendo levado a sério.

Mesmo após a abertura de mais 20 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) no início do mês, todos as 100 vagas para pacientes graves estavam ocupadas na manhã de ontem, 10 delas por pessoas com a covid-19.

De domingo para segunda, já com os leitos esgotadas, 11 pacientes chegaram ao hospital, 6 deles foram colocados em respiradores no pronto-socorro, mas 5 foram mantidos em ambús, instrumentos para manter a pessoa respirando, mas que necessita de um profissional de saúde manuseando-o o tempo todo.

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