Motoristas de app pedem ajuda ao Procon após 5 anos sem reajuste
Motoristas de aplicativo se reuniram hoje na Segov e relataram relação abusiva com plataformas
Durante manifestação na manhã de hoje (5), motoristas pediram ao Procon fiscalização nas práticas abusivas das plataformas de corridas por aplicativo. A solicitação foi feita no mesmo protesto que questionou o alto valor da gasolina.
Mais de 200 motoristas estacionaram os veículos e caminharam pelo Parque dos Poderes mais uma vez nesta sexta-feira. Após o protesto, cinco representantes da categoria foram atendidos por Sérgio Murilo, titular da Segov (Secretaria Estadual de Governo) e pelo superintendente do Procon-MS, Marcelo Salomão.
De acordo com um dos organizadores da manifestação, Alfredo Machado, de 35 anos, os motoristas de aplicativo estavam há mais de cinco anos sem reajuste na tarifa mínima e muitas vezes acabam sendo assediados por promoções, que reduzem em 30% o que a plataforma repassa para o motorista.
“Estamos há cinco anos sem reajuste nos valores pagos para o motorista. Recebemos R$ 1,15 por quilômetro rodado desde setembro de 2016. Muitas vezes somos assediados para fazermos viagens nas modalidades promocionais, que a gente considera crime contra ordem econômica, porque já estamos com valores defasados e essas modalidades reduzem ainda mais o repasse para o motorista. Então o que pedimos para investigar é a relação abusiva da plataforma com o motorista”, explicou Alfredo.
Além disso, ele ressaltou a pressão para que o motorista aceite corridas através de mensagens, inclusive para que o profissional fique logado na plataforma.
“São situações que caracterizam abuso da plataforma com os motoristas. Eles desligam o motorista quando ele não aceita uma corrida, ficam mandando mensagem dizendo que precisamos aceitar e fazer mais corridas. E prontamente o Procon se dispôs a analisar a situação e saber porque isso está acontecendo”, afirmou o motorista.
“Vamos colaborar e já estamos em contato com os motoristas para que enviem o material que tem de assédio, para que formularmos um documento e na semana que vem vamos entregar no Procon para que possamos dar encaminhamento no processo.”, finalizou Alfredo.
Ao Campo Grande News, o superintendente do Procon, Marcelo Salomão explicou que os motoristas fizeram várias reivindicações e o órgão ficou responsável pela intermediação.
“Vamos verificar possíveis ilegalidades ou abusividade pelas contratantes (administradora de plataformas), e vamos discutir com o Sinpetro um modelo de negócio voltado para os motoristas de aplicativos. Enfim, vamos agir para que os motoristas de aplicativo possam ter viabilidade no seu negócio”, declarou Salomão