MPE apura se bomba mal conservada foi causa de acidentes na JBS
O MPE (Ministério Público Estadual) abriu inquérito para investigar a responsabilidade da unidade frigorífica da JBS em Campo Grande no vazamento de amônia ocorrido em abril. Laudo da PMA (Polícia Militar Ambiental) emitido após o incidente, e anexado ao caso, aponta que a bomba que armazenava o produto químico estava em péssimo estado de conservação.
Além disso, o equipamento não teria sido consertado de forma correta e ficou vazando até o dia seguinte ao ocorrido.
O foco do inquérito, conforme documentos disponibilizados pela 36ª Promotoria de Justiça, onde o procedimento está correndo, é apurar a regularidade jurídico-ambiental da unidade. O órgão encaminhou à Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) um ofício pedindo abertura de investigação policial que analise o caso sob a esfera criminal.
Nessa segunda-feira (19), a JBS foi informada a respeito da apuração e notificada a apresentar defesa dentro de 15 dias.
O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa do frigorífico, que está apurando a situação e afirmou que a empresa se manifestaria até o fim da manhã.
Caso - O vazamento aconteceu no dia 6 de abril, deixando feridos pelo menos 30 trabalhadores. Sem se identificar, funcionários contaram que por volta das 13h, logo após o almoço, um grupo começou a correr gritando "amônia". Segundo eles, "foi uma cena de horror" com muitas pessoas correndo e caindo pelo chão, inclusive mulheres grávidas.
O alarme de emergência teria sido acionado na hora do vazamento, conforme funcionários, para avisar da situação.
A amônia é considerada um produto químico perigoso, corrosivo para a pele, olhos, vias aéreas superiores e pulmões. Tem um cheiro característico e é irritante quando inalada. O nariz é geralmente o primeiro a sentir os sintomas da exposição. Caso seja inalada, causa tosse, chiado no peito, falta de ar, asfixiar e queimar as vias aéreas superiores.