Setor de frigorífico onde vazou amônia continua interditado pelos bombeiros
Empresa tem que apresentar uma Anotação de Responsabilidade Técnica para conseguir liberação do Corpo de Bombeiiros
A casa de máquinas, local de onde vazou amônia no frigorífico da JBS localizado na BR-060, saída para Sidrolândia, vai continuar interditada pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, enquanto a empresa não apresentar uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), feita por um engenheiro.
O vazamento de amônia começou na tarde de ontem (6) e de acordo com os Bombeiros foi controlado na manhã desta sexta-feira (7). Uma equipe da corporação esteve na empresa para descontaminar o local e técnicos do frigorífico fazem o reparo nesta tarde.
"Hoje de manhã deram continuidade ao trabalho de ontem. Descontaminamos o local que ficou saturado de amônia. A descontaminação foi com água e fazendo ventilação forçada. O processo serve para poder entrar no local e fazer reparo. Técnicos da empresa estão ainda fazendo o trabalho de reparo", disse a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros.
De acordo com militares, enquanto a empresa não apresentar a ART o setor de máquinas vai continuar interditado, porém o restante das empresa continua funcionando normalmente.
Nota - Por meio de nota a empresa não informou quanto tempo deve enviar o ART aos Bombeiros e nem quanto tempo o local deve permanecer fechado. Confira a nota na íntegra:
"A JBS esclarece que na tarde de ontem (06) houve um vazamento de amônia em sua unidade de Campo Grande (MS), localizada na Rod. BR60, que foi rapidamente controlado. A unidade foi imediatamente evacuada e alguns colaboradores foram encaminhados aos postos de saúde locais. A JBS informa que iniciou a análise para apurar as causas do incidente e retomou as atividades da unidade na manhã de hoje, após liberação do Corpo de Bombeiros", diz a nota.
Multa - O frigorífico JBS pode ser multado em até R$ 50 milhões pela PMA (Polícia Militar Ambiental). A empresa tem 24 horas para apresentar à polícia o relatório de controle de emissões atmosféricas e de todas as medidas de contingenciamento contra danos ambientais e à saúde dos funcionários.
A polícia esteve no local na manhã desta sexta-feira (7) e por meio de nota informou que a empresa também foi notificada a sanar o vazamento da amônia, recolher e apresentar o plano de tratamento da água residual utilizada na contensão do gás de amônia (NH3).
Com o vazamento cerca de 100 funcionários ficaram feridos e nesta manhã mais dez funcionários voltaram a passar mal e foram levados ao hospital em uma Kombi da empresa.
Após as avaliações, a PMA vai calcular o valor da multa a ser lavrada. O Decreto Federal nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998) prevê multa de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.
Caso - O vazamento na unidade localizada na BR-060, saída para Sidrolândia, ocorreu logo após o almoço de ontem e deixou cerca de 100 funcionários feridos. Muitos correram para a rodovia, na tentativa de fugir do cheiro forte da amônia.
Nesta manhã o procurador do MPT (Ministério Público do Trabalho), Celso Fortes, disse que a perícia foi acionada e irá verificar como é feito os procedimentos diários dentro da unidade onde houve o vazamento. Além disso, será instaurado um inquérito para ver se houve descumprimento das normas de segurança do trabalho.
Apenas o setor de máquinas, onde houve o incidente ontem, estava paralisado nesta manhã o que soma aproximadamente um mil trabalhadores parados.
Equipe da PMA (Polícia Militar Ambiental) vai avaliar os dados do vazamento ao redor do frigorífico. Em fevereiro, a unidade do JBS em Batagussu foi multada em R$ 500 mil pela PMA por causar poluição com o vazamento de amônia.