ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  02    CAMPO GRANDE 25º

Capital

MPE pede contas de contratos irregulares para preparar ação judicial

Executivo Municipal ganhou 48 horas para cumprir recomendação, se não uma ação civil poderá ser apresentada

Mayara Bueno | 08/03/2016 08:44
MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul). (Foto: Arquivo)
MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul). (Foto: Arquivo)

O MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) pediu informações ao TCE-MS (Tribunal de Contas de MS) a respeito dos convênios irregulares que a Prefeitura de Campo Grande mantém com a Omep (Organização Mundial pela Educação Pré-Escolar) e Seleta Sociedade Caritativa Humanitária. Os dois contratos custam em torno de R$ 6 milhões mensais aos cofres municipais e várias irregularidades foram identificadas, incluindo funcionários "fantasmas".

De acordo com o promotor Fernando Zaupa, da 29ª Promotoria de Justiça, que conduz as investigações, à corte fiscal foram pedidos todos os procedimentos de prestação de contas relativos aos convênios entre o Executivo Municipal e as duas entidades.

As repostas do TCE serão essenciais para a conclusão da apuração e apresentação de medida judicial contra a Prefeitura, afirmou o promotor. Na segunda-feira (7), o MPE notificou o Executivo Municipal, concedendo a ele 48 horas para cumprir acordos já firmados em relação a estas contratações, ou seja, rescindir os convênios mantidos com as duas entidades. Esgotado o prazo, uma ação judicial será iniciada.

Com os números do TCE em mãos, o promotor afirma que conseguirá avaliar a questão financeira, de onde vieram e para onde foram os recursos, além da responsabilização de cada envolvido. “Fecha todas as investigações e nós vamos responsabilizar os envolvidos”.

Última alternativa, a ação judicial pode acontecer depois de três solicitações de rompimento dos contratos. Desde 2011, o Ministério Público firmou dois TACs (Termos de Ajustamento de Conduta) e uma recomendação, todas descumpridas pelo poder público municipal.

Em vez disso, a Prefeitura só sugeriu a demissão de 200 pessoas, que têm vínculo com as entidades, e a manutenção dos convênios até 2018, proposta rejeitada pelo MPE, por isso, a adoção das novas medidas.

À reportagem do Campo Grande News, o promotor reafirmou todas as irregularidades apontadas durante a investigação, mantida sob sigilo até agora. Há salários diferentes recebidos por pessoas que exercem o mesmo cargo, acúmulo de funções, altas remunerações, dentre outras. “Pelo que estamos vendo têm muitas irregularidades”, disse.

O conteúdo das recomendações gira em torno do pedido de rompimento dos convênios com as duas entidades e realização de concurso público para substituir todos os terceirizados. Isto porque, há legislação que afirma o caráter temporário das contratações no poder público. Não foi o que aconteceu em Campo Grande, uma vez que há “temporários” que atuam há anos no serviço público.

Nos siga no Google Notícias