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Capital

Mulheres de presos bloqueiam Rua Barão do Rio Branco em protesto por visitas

Grupo denuncia tortura, falta de medicamentos e problemas com alimentação, além de maus-tratos

Liniker Ribeiro e Aletheya Alves | 28/08/2020 14:21
Mulheres de presos bloqueiam Rua Barão do Rio Branco em protesto por visitas
Grupo de mulheres com cartazes bloqueando Rua Barão do Rio Branco (Foto: Marcos Maluf)

Cerca de 40 mulheres, familiares de detentos da Gameleira, na Capital, bloqueiam trecho da Rua Barão do Rio Branco, próximo a prefeitura de Campo Grande, em protesto de iniciativa nacional, nesta sexta-feira (28).

O movimento que organiza ações em pelo menos 8 cidades do país foi criado e batizado como Dia Nacional de Combate à Tortura no Sistema Penitenciário, mas em Campo Grande, o grupo aproveita o encontro para pedir o retorno das visitas, suspensas desde o início da pandemia, além de melhorias para a unidade de segurança.

Vestidas de branco e com cartazes, as mulheres conversam e programam passeata para ainda hoje, por ruas e avenidas do Centro da cidade, mas até o momento a movimentação bloqueia apenas a Barão do Rio Branco, esquina com a Rua 25 de Dezembro.

“Nossa principal reivindicação é por saúde, alimentação e pelas torturas que acontecem lá dentro”, afirma Keila dos Nascimento, de 32 anos, uma das integrantes do grupo. “Eles dizem que tem medicamento e comida, mas nós sabemos que essa  não é a história”, diz.

Com o marido na unidade de segurança há seis meses, a participante também reclama do período sem visitas. Apenas no primeiro mês de prisão é que ela teve contato com ele. “A suspensão das visitas não conteve o vírus, ele continua chegando lá”, argumenta.

Adriane Cristina Serafin Santos, de 31 anos, também é esposa de detento e participa do protesto com objetivo de chamar atenção para a situação que o marido estaria enfrentando. “A gente entende que as visitas não podem ser feitas, mas não faz nenhum sentido, porque os funcionários estão levando a doença para eles”, comenta.

Segundo as participantes, o movimento de hoje foi organizado por meio de mensagens pelo WhasApp, há 15 dias. Após o encontro, em frente ao Fórum, as mulheres programam passeata pela Avenida Afonso Pena.

Mulheres de presos bloqueiam Rua Barão do Rio Branco em protesto por visitas
Cartazes pedem respostas e paz em unidade de segurança (Foto: Marcos Maluf)

Agepen – A reportagem entrou em contato com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário pedindo retorno sobre as reclamações do grupo. Em nota, informou que as visitas presenciais estão suspensas na unidade de regime fechado da Gameleira assim como em todos os outros presídios do Estado como uma medida preventiva para melhor controlar a disseminação da covid-19. A penitenciária possui o sistema de visita virtual e é a unidade que mais realiza encontros por vídeo conferência.

Ainda segundo o posicionamento, são fornecidas, pelo menos, três refeições diárias, conforme cardápio definido pela nutricionista da empresa terceirizada responsável pelo fornecimento de alimentação, sendo tudo fiscalizado pela administração do presidio.

A unidade conta com atendimento médico e regular e fornecimento de medicamentos disponibilizados na rede SUS, não havendo registro de falta de medicamentos. Também é permitido que os familiares forneçam medicação.

Já em relação às denúncias de maus-tratos, a orientação é que as famílias procurem a ouvidoria da Agepen para formalizar a situação.

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