Músico terá de pagar R$ 3 mil de fiança após briga e 12 tiros por causa de calha
Músico disse que briga começou por demora em obra; Gideão atirou e destruiu moto de pedreiro
Instalação de calha motivou a briga entre o pedreiro e o músico Gideão Correa Dias, de 41 anos, na tarde de segunda-feira (15), no Jardim Bonança, em Campo Grande. O artista, que é CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), disparou 12 vezes contra a moto do pedreiro durante a briga. Gideão acabou preso por ameaça e disparo em via pública, mas conseguiu liberdade provisória mediante fiança de R$ 3 mil.
O homem, de 51 anos, conversou brevemente com a reportagem do Campo Grande News e ao telefone explicou que trabalhava há cerca de seis meses na obra. "Eu estava trabalhando, mas tinha que colocar mais piso e ele não tinha mais dinheiro", conta. "A parte elétrica eu estava fazendo, mas ele queria que fizesse a calha", continua.
O trabalhador respondeu que não realizaria esse serviço. "A calha não era serviço meu e ele ficou irado. Tentou me chutar, saiu correndo para o quarto dele e pegou a arma", descreve. O pedreiro nega que tenha ameaçado o músico com marreta e enxada, como diz o boletim de ocorrência. "A enxada está lá na delegacia, eu não preciso mentir, não ameacei e não agredi de forma alguma".
Com medo, segundo contou à reportagem, o pedreiro saiu correndo. "Veio correndo atrás de mim e eu achei que iria morrer. Ele acabou com minha moto", lamenta. O homem diz que agora busca emprego para sustentar a família. "Não quero prejudicar ninguém, só quero seguir minha vida e trabalhar", finalizou.
À Polícia Militar, Gideão confessou que perdeu a paciência, mas foi por conta da demora na obra, e então chamou a atenção do pedreiro, quando houve a discussão. Explicou que contratou os serviços em outubro do ano passado, sendo que tudo ficaria R$ 21 mil e que os trabalhos seriam concluídos em três meses. Contudo, desde então o serviço não foi finalizado. Com ajudas adicionais, contou ter pago a quantia de R$ 24 mil ao pedreiro.
Na segunda-feira, Gideão disse que o pedreiro cobrou R$ 1 mil para fazer a parte elétrica na casa e Gideão questionou, ocasionando na briga entre os dois. O músico nega que ameaçou o pedreiro e somente pediu para ele sair do imóvel, o que foi negado. Também diz que o pedreiro pegou uma marreta e uma enxada para agredi-lo.
Na sequência, Gideão se trancou em casa e disse que ouviu o homem dizendo que retornaria para retirar suas ferramentas. Por isso foi até o quarto, pegou a arma e após mais discussão, atirou contra o tanque da moto.
Na casa do músico, a PM encontrou outras três armas, incluindo fuzis, todas guardadas em um cofre e devidamente legalizadas. Gideão acabou preso em flagrante pelo disparo de arma de fogo em via pública e ameaça. Ele foi encaminhado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol.
Solto - Em audiência de custódia nesta quarta-feira (17), o juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior, entendeu que a liberdade de Gideão não prejudica o andamento do processo e mandou expedir alvará de soltura, mediante pagamento de fiança de R$ 3 mil. "(...) tecnicamente primário, bem como de ter informado possuir residência fixa e trabalho lícito, entendo ser cabível a concessão de medida cautelar mais branda".
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