Na Brilhante, chuva invade casas e danifica estoque de cimento
Dois novos bueiros instalados pelo Exército não ‘deram conta’ de escoar quantidade de água
Moradores e comerciantes da extensão da Avenida Brilhante, em Campo Grande, ainda contabilizam os prejuízos causados pelos temporais das duas últimas noites em Campo Grande. As lojas foram as mais atingidas, isso porque estavam fechadas por conta do Carnaval.
No trecho entre as Ruas Vicente Solari e Salim Maluf, uma quadra antes do Comper, a chuva inundou casas e comércios. Em uma loja de cimentos, por exemplo, a água entrou no estoque e danificou boa parte dos materiais.
O empresário Ítalo Monteiro, de 34 anos, ainda não contabilizou o prejuízo e se surpreendeu com a altura que a água. “Além do meio fio, temos um degrau e a água subiu tanto que entrou na loja inteira”, disse.
O que chama atenção é que o Exército Brasileiro instalou dois novos bueiros e mesmo assim não foi suficiente para escoar a água. “A gente pensou que não teria mais esse problema. A obra que supostamente veio para melhorar na verdade não resolveu nada”, disse.
O idoso Daniel Rezende Silva, de 68 anos, morador da região há dez anos já adotou medidas para não sofrer os danos da chuva.
“Por sorte eu estava em casa. Eu e minha esposa pensamos em sair, mas quando vi que o tempo mudou resolvi ficar em casa. Eu acredito que a tubulação instalada aqui tenha sido insuficiente, porque a boca de lobo não absorveu toda a água. Há dez anos o problema é o mesmo, gosto do bairro, mas só quem passa por isso sabe o transtorno que é. Já coloquei borrachas embaixo do portão”, disse.
Seguindo pela avenida no sentido saída de Sidrolândia, na região do Trevo do Imbirussu, mais comerciantes tiveram prejuízos.
O vendedor de móveis Fábio Rivarola, de 33 anos, culpa a falta de bueiros em uma distancia de 600 metros. Toda a água que desce do terminal Bandeirantes até a região do trevo é escoada por apenas uma boca de lobo, que entope e invade os comerciantes. “A gente precisa carregar todas os móveis em dia de chuva. quando a situação está assim, carros e ônibus também jogam água para a loja”, disse.
Recorde - Somente nesta segunda e terça-feira (13) de Carnaval choveu 103 milímetros em Campo Grande, mais da metade do esperado para o mês de fevereiro, que é de 191,6 milímetros. O temporal que atingiu a Capital na noite de ontem, veio acompanhado de 70 raios, conforme o professor e meteorologista da Uniderp Natálio Abrão.
O acumulado do mês, segundo a previsão do tempo, é de 122,6 milímetros, o equivalente a 86,8% do esperado. Uma pluviosidade de 1 milímetro, equivale ao volume de 1 litro de água de chuva que se acumulou sobre uma superfície de área igual a 1 metro quadrado.