Na cidade esburacada, pausa na chuva vira corrida contra o tempo
Com demanda em todas as regiões da Capital, equipes de tapa-buraco correm para não desperdiçar lama asfáltica
Equipes que trabalham no serviço de tapa-buracos, em Campo Grande correm para aproveitar quando a chuva dá uma trégua. Na terça-feira (12), por exemplo, em uma semana que começou chuvosa, operários consertavam o asfalto na Avenida Ministro João Arinos de olho no tempo, pois se tiverem que interromper as atividades em razão de temporais, a lama asfáltica tem que ser jogada fora. O problema é que a cidade está repleta de crateras, desde ruas nos bairros, como em vias importantes.
Também na terça, foram a campo oito equipes programadas para arrumar 21 vias. Cada grupo de trabalhadores tem uma quantidade específica de material. Muitas vezes, ocorre de a quantidade de buracos ser grande e os recursos serem insuficientes.
A equipe que estava na Ministro João Arinos, por exemplo, tinha 6,4 toneladas de massa asfáltica para consertar também a Marquês de Pombal e a Marques de Lavradio. A equipe explicou que se os recursos se esgotarem, o trabalho fica para o dia seguinte.
Pontos críticos – O Campo Grande News listou ruas que são importantes vias de acesso a diversas regiões da cidade que estão tomadas pelas crateras. O primeiro ponto é a Marques de Lavradio, que já está na lista de reparos da prefeitura. Em alguns trechos, os carros invadem a contramão para desviar do obstáculo.
“Um queijo suíço. Essa é a expressão correta para essa rua. Motoqueiro já caiu e teve que vir o Corpo de Bombeiros socorrer. Eles tampam, mas de dois a três dias, o asfalto começa a abrir de novo”, diz o zelador Valdemir de Souza, 45 anos.
O mesmo ocorre na Marques de Pombal. “Há um mês uma moto bateu em um carro que estava desviando do buraco. O problema é que o asfalto é muito fino e não segura o remendo que eles fazem. O certo mesmo era recapear”, diz o soldador José Barbosa de Lima, 70 anos.
“Direto tem acidentes nessa rua, as pessoas andam desviando das crateras. Acho que eles fazem um trabalho muito superficial. A impressão que dá é que o buraco é tampado e a chuva leva”, opina a atendente Elaine Cristina, 40 anos.
Na Avenida Três Barras, em frente a um condomínio residencial, uma cratera se abriu junto ao quebra-molas, forçando os condutores a entrarem na pista contrária. “Quando chove, o buraco enche de água e não tem como vê-lo. Na semana passada um motoqueiro caiu. Dá até vergonha de falar que isso é asfalto”, diz o vendedor Cleber de Oliveira, 68 anos.
Outro ponto crítico é a Avenida Gury Marques. O local que dá acesso a BR-163 está repleto de buracos, um deles provocou um acidente durante a chuva de ontem, ferindo a motociclista Abadia Ferreira de Lima, 40 anos. O local foi interditado e vários condutores, na tentativa de desviar pelo canteiro, acabaram atolando.
Situação semelhante está a Rua da Divisão. Além de trechos estreitos e falta de calçadas, quando chove uma parte vira rio e os buracos ficam encobertos pela água, formando uma verdadeira armadilha, principalmente para motociclistas.
No domingo (10), a prefeitura sinalizou o local para evitar acidente, mas causou confusão no trânsito e duas pessoas acabaram feridas após colisão entre moto e carro. A rua é uma das movimentadas dos bairros Parati e Aero Rancho e dá acesso a Avenida Guaicurus.
Ainda na região sul da cidade, na Avenida dos Cafezais há buracos em vários trechos, assim como a Senador Filinto Muller, perto do Hospital Universitário. “Já teve vários acidentes, principalmente a noite e quanto chove, pois o local vira uma lagoa. Tamparam, mas voltou o buraco. Faltou completar o asfalto, tem que fazer um serviço bem feito”, diz o comerciante José Geraldo.
Em pleno Centro da cidade, na Rua 14 de Julho, uma das mais movimentadas, buracos atrapalham o trânsito perto do cruzamento com a Afonso Pena e também na esquina com a Marechal Deodoro. “Tumultua muito e pode causar acidentes”, opina o militar da reserva Aldo Borges, 63 anos.
Na Rua Brasília, importante via de ligação entre as avenidas Duque de Caxias e Júlio de Castilhos, os motoristas fazem malabarismo para desviar das crateras. “Estou chegando na cidade e estou assustado com esse monte de buracos”, diz o militar Marçal Bastos, transferido recentemente de Coxim para a Capital.
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