Na retomada das aulas após a greve, reposição preocupa estudantes
Alunos da rede estadual de ensino voltam às aulas nesta segunda-feira (8), após o fim da greve dos professores, dispostos a repor aos sábados o tempo perdido para não correrem o risco de terem o início das férias adiado. Paralisação pela implantação do piso nacional da categoria durou pouco mais de uma semana.
“Melhor repor agora do que prejudicar as nossas férias”, disse Mirelly da Silva Moraes, 16 anos, aluna da escola Padre João Greiner, no bairro Estrela do Sul.
Diana Del Padre, 17 anos, apoiou o movimento dos educadores e comemorou a decisão em retomar os postos de trabalho. “Se continuasse, poderia atrasar os estudos e acabar prejudicando os alunos”, opina.
Thainá Almeida, 15 anos, também prefere sacrificar os fins de semana ao descanso prolongado do meio e fim de ano. “É melhor repor, porque vamos fazer o Enem e tem as provas que estão chegando”, completa.
Movimento - Foram seis dias de greve nas escolas públicas estaduais, em que 37% dos professores do interior e 65% da Capital paralisaram as atividades, segundo dados do Governo. Já a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação) divulgou que foram 80% dos profissionais suspenderam as aulas.
Também nesta segunda-feira, a direção da Fetems vão sentar com representantes da Secretaria de Educação para negociar a forma de reposição dos seis dias de greve. A secretária de Educação Maria Cecília da Mota e o presidente da Fetems Roberto Botarelli disseram que a reposição não deve prejudicar as férias escolares do meio do ano.
Segundo Maria Cecília, a expectativa é que os dias sejam repostos aos sábados durante o calendário escolar. Durante a semana, ela afirmou ao Campo Grande News que os 200 dias letivos serão cumpridos. Como nem todas as escolas ficaram paralisadas durante todo o período do movimento, a secretária disse que o supervisor de gestão escolar de cada unidade, responsável por esse levantamento, deve comunicar a Secretaria sobre os dias que terão de serem repostos.
“Vamos elaborar um calendário único para quem permaneceu os seis dias parados. Nas outras unidades será feito em separado, de acordo com os dias paralisados”, explicou Maria Cecília. A greve dos professores iniciou no último dia 27 de maio e foi encerrada na noite da quarta-feira, 3, depois da assembleia geral da categoria ter aprovada a proposta apresentada na sessão de conciliação do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
Capital - Na rede municipal de Campo Grande continua a greve. O presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, espera uma proposta da Prefeitura nesta segunda-feira, que pode por fim à paralisação. Há expectativa de que a proposta seja avaliada pela categoria até na terça-feira pela manhã.
A greve começou em 25 de maio e dois dias depois o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) determinou o retorno de 66% da categoria, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Ao todo, a rede municipal conta com 8,3 mil professores, sendo seis mil concursados e 2,3 mil convocados, e 101 mil alunos.