Reposição dos 6 dias de greve não deve prejudicar as férias escolares
A reposição dos seis dias de greve na rede estadual de ensino não deve prejudicar as férias escolares do meio do ano, acredita o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botarelli, mas a decisão final sobre o assunto vai ser negociada na próxima segunda-feira, 8, em reunião na Secretaria Estadual de Educação.
Essa também é a expectativa da secretária estadual de Educação, Maria Cecília da Mota, que disse ser possível incluir alguns sábados no calendário escolar. “Vamos cumprir o calendário de 200 dias letivos e, como são poucos dias para repor, acredito que ainda tenha alguns sábados em abertos”, comentou. Ela lembrou que o calendário já tem sábados comprometidos em razão de o ano letivo ter iniciado mais tarde, no dia 19 de fevereiro.
Como nem todas as escolas ficaram paralisadas durante todo o período do movimento, Maria Cecília explicou que o supervisor de gestão escolar de cada unidade, responsável por esse levantamento, vai comunicar a Secretaria sobre os dias que terão de serem repostos. “Vamos elaborar um calendário único para quem permaneceu os seis dias parados. Nas outras unidades será feito em separado, de acordo com os dias paralisados”
A greve dos trabalhadores em educação iniciou no último dia 27 de maio e foi encerrada na noite da quarta-feira, 3, depois da assembleia geral da categoria ter aprovada a proposta apresentada na sessão de conciliação do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Dos 73 sindicatos municipais filiados a Fetems, 58 foram favoráveis ao fim da greve, contra apenas 14 que votaram contra a proposta. Na ocasião o sindicato de Nioaque não informou a posição.
Além da audiência de conciliação no Tribunal, ocorrida na manhã do dia 2, o Governo também havia aberto o diálogo de negociação com os professores, recebendo a direção da Fetems na tarde do mesmo dia, o que também contribuiu para a decisão de encerramento da paralisação.
Roberto Botarelli reiterou que os professores aceitaram a proposta do Tribunal na sessão de conciliação, mas disse que espera a posição oficial do governo, que ficou de avaliá-la após o fim da greve. “Com o feriado prolongado ainda não sabemos se o Governo vai acatar a proposta do acordo coletivo do Tribunal de Justiça”, comentou.
Para Maria Cecília da Mota, a tendência é o Governo aceitar a proposta, considerando que a audiência no Tribunal foi acompanhada por advogados do Estado e da Federação. Na assembleia que encerrou a greve, a Fetems decidiu recorrer à Justiça para ter o reajuste salarial dos funcionários administrativos da educação.
De acordo com último levantamento feito pelo governo do Estado, feito na quarta-feira, 3, apenas 37% dos professores do interior estavam em greve. Na Capital, o número era maior, cerca de 65% dos trabalhadores estavam paralisados. Já a Fetems divulgou que a adesão foi de 80%.