Ninguém prevê roubo de celular, mas precaução faz toda diferença
Bandidos preferem modelos grandes e atacam vítimas que deixam aparelhos "dando sopa", nos bolsos.
Raridade em Campo Grande é encontrar quem não tenha tido um aparelho de celular roubado ou furtado. Os bandidos ficam de olho nas vítimas, considerando horário, local, se é homem ou mulher, “agem” e, só depois, decidem entre comercializar ou simplesmente descartar o telefone: quanto mais avançada a tecnologia, mais eles temem ser flagrados.
Andar com celular, assim, vira risco constante, a ponto de fazer quem assiste um roubo partir para a tentativa de fazer justiça com as próprias mãos, como nesta quinta-feira (23), quanto um rapaz de 18 anos foi imobilizado por um grupo após roubar o aparelho celular de uma acadêmica, em frente à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), como noticiou o Campo Grande News.
Nesse caso, a vítima conseguiu ajuda, mas nem sempre é o que acontece. Jhennifer Oliveira, 24 anos, já teve um aparelho do tipo LG levado por um homem, há cerca de 1 ano. “Estava descendo a rua onde moro, no Tarumã, e um homem de moto se aproximou, perguntou nome de rua, algo assim. De repente sacou uma arma e tomou o celular, que estava na minha mão”, lembra a jovem.
Depois disso, passou a ter cuidado redobrado. “Dependendo do lugar para aonde vou, nem levo celular. Fiquei mais atenta e procuro sempre estar com alguém”, diz, ao lado do cunhado e da irmã, enquanto esperava ônibus na Rua Rui Barbosa, nesta tarde.
Maria Aparecida Rodrigues, 50, serviços gerais, nunca teve celular levado, mas como o filho9 já foi vítima de bandidos por mais de 3 vezes, ela fica esperta. n”So uso quando é extremamente necessário e quando estou em lugar público, nunca sozinha ou em ambiente muito isolado. Tenho medo de levarem meu telefone e me machucarem”, diz.
Wellighton Cantoviski, 19, trabalha como técnico em uma loja de manutenção e comercialização de equipamentos e acessórios de celular.
“Já fui assaltado diversas vezes e hoje aprendi a “lição”. Evito sair com celular, alias, sem nenhum objeto de valor, para não chamar atenção dos bandidos”, fala.
"Tem gente que chega aqui pedindo para 'limpar' o celular, mas sempre exigimos nota, porque sabemos que pode ser fruto de roubo", afirma.
Atenção - Alias, receptação é crime, alerta o titular da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, Hoffman D'Ávila Cândido.
“Não é novidade dizer que muitos dos crimes envolvendo roubos e furtos de celulares ocorrem porque os bandidos percebem a oportunidade. Ladrão avalia a situação, se a pessoa está com aparelho na mão, no bolso, se está sozinha. Os modelos mais visados são os grandes, porque são mais fáceis de serem retirados das vítimas e, supostamente, podem ter mais valor de mercado”, diz.
O delegado ressalta que a polícia faz seu trabalho, mas o cidadão deve tomar precauções para prevenir as ações dos bandidos.
“Observar o ambiente ao redor, somente usar o celular se não tiver nenhuma atitude suspeita e , se for inevitável, jamais reagir a um assalto”, alerta.
Hoffman pontua que dificilmente os bandidos não avaliam a marca do celular, somente depois irão ver se vale a pena passar o aparelho adiante. “Eles ficam preocupados com os modelos que possuem rastreadores, pois sabem que isso facilitar a localização. Em muitas ocorrências registradas, a polícia consegue recuperar o celular roubado, porque o sistema envia a localização”, detalha.
“A orientação é aquela que a gente sempre faz: as pessoas devem evitar “ostentar” o celular, seja qual marca ou modelo for. Não fique digitando enquanto espera o ônibus, enquanto faz caminhadas, por exemplo. Os criminosos observam, preferem assaltar mulheres, em pontos de ônibus, bem cedo ou mais no período da noite”, afirma.