No bairro onde 10 foram atropelados, medo faz valer a lei do silêncio
Moradores não querem falar nada sobre o caso. Quem aceita, diz pouco e não se identifica
No bairro onde grupo de 10 pessoas foi atropelado na madrugada deste sábado, em Campo Grande, os moradores não querem falar sobre o assunto. Por medo de represálias, eles se calam.
As únicas duas pessoas que aceitaram falar com a reportagem do Campo Grande News, contaram pouco sobre o atropelamento e ainda sob a condição de não se identificarem.
Aparentemente sob efeito de entorpecentes, um adolescente disse que o Fusca estava em alta velocidade, fez ziguezague e atropelou o grupo que participava de uma festa na residência e havia saído à rua.
O relato do garoto é o mesmo de Claudomiro Alves da Silva Filho, 27 anos, uma das testemunhas. Segundo ele, após o atropelamento, o motorista fugiu, foi perseguido, abandonou o carro e correu. O veículo foi incendiado.
Um senhor, que se identificou como conhecido de uma pessoa amiga do motorista, diz que a versão que soube é um pouco diferente dos relatos das testemunhas. Segundo ele, o grupo entrou na frente do Fusca e, com medo, o condutor acelerou, tentou desviar das pessoas e fugiu.
O atropelamento aconteceu na rua Bartolomeu Antonio da Silva Filho. Uma via estreita, não pavimentada, que fica na divisa dos bairros Estrela Dalva e Bosque da Esperança.
Conforme testemunhas, das 10 pessoas atropeladas, o estado mais grave é de Lucineide dos Santos Oliveira, 30 anos. Ela bateu a cabeça e foi encaminhada para a Santa Casa.