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No Natal sem Papai Noel, doações fazem alegria da criançada em aldeia

Na Aldeia Indígena Paravá, frustração das famílias é não poder proporcionar uma ceia com tudo que os filhos têm direito

Adriano Fernandes e Clayton Neves | 24/12/2020 17:15
Crianças comparando os brinquedos que ganharam nesta véspera de Natal. (Foto: Paulo Francis) 
Crianças comparando os brinquedos que ganharam nesta véspera de Natal. (Foto: Paulo Francis)

Se colocar comida em cima da mesa já é um desafio durante o ano todo para quem vive na Aldeia Indígena Paravá, na saída para Sidrolândia, neste Natal em meio a uma pandemia, muitas pessoas se viram ainda mais dependentes da solidariedade de voluntários para proporcionar um final de ano mais divertido para a meninada.

Cerca de 160 crianças moram na aldeia que nasceu em 2016 entre o Bosque Santa Mônica e a Vila Bordon.

Comerciantes entregando presentes para as crianças. (Foto: Paulo Francis) 
Comerciantes entregando presentes para as crianças. (Foto: Paulo Francis)

Na aldeia urbana que resiste com o mínimo de estrutura, casas de alvenaria contrastam com os muitos barracos de lona e madeira, edificadas entre as ruas de chão batido e terra vermelha, a cerca de 12 quilômetros do Centro da Capital.

 “É uma comunidade difícil de ser lembrada, de vez em quando recebemos algumas doações, mas não é comum”, comenta Silvio Hotencio Fialho, cacique da aldeia.

Silvio conta que a carência das cerca de 70 famílias do local fica ainda mais evidente no período de final de ano.

“Diferente do Natal da maioria das famílias, aqui, não há ceia, panetone. As crianças ficam na expectativa de doações durante o ano todo”, completa.

Crianças que se reuniram para pegar os presentes na Aldeia Paranavá. (Foto: Paulo Francis) 
Crianças que se reuniram para pegar os presentes na Aldeia Paranavá. (Foto: Paulo Francis)

Depois de tanta espera, nesta véspera de Natal a meninada saiu em disparada pelas ruas da aldeia, para receber a primeira doação de brinquedos.  Quem se empenhou em proporcionar um final de ano mais animado para a garotada foi um grupo de comerciantes da região.

“Eu não tive condições de comprar os presentes para eles, mas agora o Natal está garantido”, comemora Leidemara Jorge, de 28 anos, ao acompanhar os filhos durante a entrega dos presentes. Ela mora na aldeia há três anos e tem quatro filhos de 2, 3, 7 e 8 anos de idade.

Menina segurando a bola que ganhou dos voluntários. (Foto: Paulo Francis) 
Menina segurando a bola que ganhou dos voluntários. (Foto: Paulo Francis)

Quem também compartilha da mesma frustração de não poder proporcionar uma ceia com tudo que os filhos tem direito é a dona de casa Jania Diade, de 33 anos.

“É muito bom ver todas elas felizes, mas, infelizmente eu não tenho como proporcionar um Natal melhor para eles”, lamenta a mãe de quatro crianças com idades entre 3 e 12 anos.

De acordo com a empresaria Aruana Maciel, de 29 anos, uma das voluntárias da ação, poder ver o sorriso no rosto de cada criança ao pegar um brinquedo, é a sua maior recompensa.

A comerciante é dona de uma conveniência na Vila Popular e conta que reuniu as doações junto a outros empresários do bairro.  “É uma forma de agradecer pelo ano que nós tivemos. Nunca tinha vindo aqui na comunidade então foi uma surpresa se deparar com essa realidade”, conclui.

 Voluntário entregando os presentes para a meninada. (Foto: Paulo Francis) 
 Voluntário entregando os presentes para a meninada. (Foto: Paulo Francis)


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