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Capital

No primeiro dia de aula, merenda foi bolacha de água e sal na Reme

Paula Vitorino e Luciana Brazil | 06/02/2013 13:47
Alunos receberam de merenda bolacha de água e sal. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Alunos receberam de merenda bolacha de água e sal. (Foto: Rodrigo Pazinato)

No primeiro dia de aula, os alunos da Escola Municipal Consulesa Margarida Maksoud Trad, no bairro Estrela Dalva, passaram a manhã com lanche improvisado: bolacha de água e sal. A escola está sem merendeira, assim como outras 21 da Rede Municipal de Ensino que até o ano passado tinham o serviço terceirizado.

O cálculo do sindicato que representa os servidores públicos é que o déficit seja de 250 funcionários nas 85 escolas municipais.

“É a primeira vez em sete anos (na escola) que recebo um lanche como esse”. A fala de indignação é de um estudante de 14 anos, Vinicius da Paixão. E ele complementa: “tinha que ter pelo menos um arroz com frango ou pizza”.

Mãe de um menino de quatro anos, Michele Cristina, de 29 anos, diz revoltada porque o filho teve como lanche apenas um achocolatado. “Se eu não tivesse mandado o Toddynho ele teria ficado sem nada (no estômago). É difícil começar o ano já assim. As crianças precisam se alimentar”, diz.

A professora Rose Pereira de Lima, de 34 anos, diz que foi avisada pela professora dos filhos para que mandasse algum lanche. A filha, Caroline Vitória, de oito anos, passou o recreio com o lanche feito pela mãe.

Ariane Silva, de 25 anos, mandou de lanche para os filhos biscoito e suco. “Se não tivesse mandado algo para as crianças, elas teriam ficado com fome. Bolacha de água e sal no seco elas não comem”, diz.

Sem material - O ano letivo também começou sem o kit com material escolar para os 82 mil estudantes. A licitação para aquisição dos materiais, aberta na administração passada, foi suspensa pelo prefeito Alcides Bernal (PP). Ontem ele se limitou a dizer que os materiais serão entregues, mas não deu prazo.

Membros da ACP (Sindicato Campo-grandense de Profissionais da Educação Pública) estiveram reunidos nessa semana para discutir o assunto. Segundo o presidente, Geraldo Alves Gonçalves, a situação atrapalha o andamento da rotina escolar.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Jorge Tabosa, faltam técnicos administrativos, merendereiras e monitores de aluno na Rede Municipal de Ensino. O déficit é de 250 profissionais, segundo a estimativa dos sindicatos.

A Prefeitura não informou como pretende resolver a situação.

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