Novas vítimas do golpe da corrente falsa de ouro tiveram prejuízos de R$ 2 mil
O homem dizia que era funcionário da Santa Casa e recebia vítimas em frente ao hospital
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Após o Campo Grande News publicar reportagem sobre a prisão do golpista que se passava por funcionário da Santa Casa para vender correntes de ouro falsas, mais duas vítimas relataram ter perdido pelo menos R$ 1 mil cada para o estelionatário.
O homem de 41 anos foi preso na manhã desta quinta-feira (22) no estacionamento do hospital. As correntes eram anunciadas através de um perfil de uma mulher nas redes sociais, mas ainda não há informações se ele tinha ajuda ou não. A pessoa passava o contato do suposto marido e falava que ele trabalhava na Santa Casa. Ele só foi pego depois que um casal que sofreu o golpe e perdeu R$ 800, resolveu armar uma falsa compra e chamaram a polícia.
O vendedor autônomo Fábio França Oliveira, de 28 anos, foi outra vítimas e perdeu R$ 1,2 mil para o golpista. Ele disse que estava procurando uma corrente na internet quando se deparou com um anúncio, publicado por uma mulher chamada Meire Sousa Gomes.
"Ela falava que trabalhava no Tribunal Eleitoral e estava vendendo a corrente com nota fiscal e tudo, porque a mãe dela estava doente e ela já queria vender fazia um tempo. Passou o contato do esposo falando que ele trabalhava na Santa Casa e eu fui lá olhar, peguei a corrente, vi que tava tudo certo, tinha nota fiscal e cartão da loja onde eles tinham comprado a corrente, tinha até uma balança perguntou se queria pesar. Aí eu fiquei com a corrente", disse
Nas mensagens, a pessoa diz inclusive que recebeu muitas propostas e não poderia segurar a venda por muito tempo, além de garantir que o ouro era verdadeiro. Fábio, então, se encontrou com o golpista em frente ao hospital e após olhar a corrente, foi até o banco sacar o dinheiro e voltou lá para efetuar o pagamento. Em seguida, passou em um especialista, que o informou que a corrente era falsa.
"Aí tentei achar ele lá, ligar, mas ele já tinha me bloqueado em tudo", lamentou. No entanto, ele não registrou boletim de ocorrência.
O amigo do autônomo Flávio José Raimundo, 43, também foi atraído pelo anúncio nas redes sociais publicado por uma mulher que se passava pela esposa do golpista, mas com o perfil no nome de Karla Thais. Como ele não mora em Campo Grande, pediu para que Flávio fosse buscar a corrente.
Novamente na troca de mensagens, o golpista diz que a corrente foi feita em uma joalheria e garantiu que era ouro. Depois, passou o endereço para encontrar Flávio.
"Falou que ele estaria em frente a Santa Casa, ele tirou a corrente do saquinho pegou a nota fiscal e eu olhei a corrente, mas assim eu não conheço né, não sabia se era ouro ou não era. Aí falei que ia levar para avaliar e ver se era realmente ouro. Ele falou que que eu podia levar, mas que eu tinha que pagar primeiro", explicou.
Para Flávio, o golpista disse que estava trabalhando no hospital e ficaria ali até às 17h, que ele poderia levar para avaliação no ourives e se houvesse algum problema, retornar ao Hospital. Foi o que ele fez, após passar o Pix de R$ 1 mil.
"Eu fui ali no Centro mesmo, logo em seguida descobri que não era verdadeira. Voltei lá e não encontrei mais, tentei ligar e não consegui, nem pelo Whatsapp, nem Facebook. Aí que caiu a ficha para mim que era golpe. Eu voltei lá e procurei pelo nome que tava no Pix, mas me falaram na Santa Casa que não poderiam me informar o nome de funcionário nenhum. Aí só descobri hoje na reportagem", ressaltou.
Flávio também não registrou boletim de ocorrência.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Santa Casa, informou que a situação aconteceu de forma externa. "O estelionatário foi contido pela família da própria vítima no estacionamento, que não tem vínculo com a Santa Casa. O hospital acionou a polícia e a situação foi conduzida para a delegacia".
A prisão - Uma das vítimas contou à equipe de reportagem que a esposa dele viu o anúncio da venda de uma corrente de ouro pelo Facebook, com perfil de uma mulher, e se interessou pelo produto. Ela, então, passou a conversar com a pessoa, responsável pela venda.
“Ele [o suspeito] disse que era funcionário da Santa Casa e pediu para gente vir aqui no estacionamento para fechar o negócio”, contou. Ontem pela manhã, o casal foi até o hospital, pegou a corrente com o rapaz e pagou 800, R$ 500 no Pix e R$ 300 no dinheiro. Saindo de lá, as vítimas foram até um ourives para fazer avaliação da joia, que havia sido vendida como se fosse ouro 8 quilates. Foi quando receberam a informação de que o produto era falso.
Indignados, os dois passaram a mandar mensagem para o rapaz pelo Facebook pedindo o dinheiro de volta e foram bloqueados. Sem saber como proceder, eles pediram ajuda para um casal de amigos, que entrou em contato com o estelionatário, por outro perfil de rede social, e simulou interesse nas mercadorias divulgadas pelo suspeito.
Foi marcado novo encontro com estelionatário, no estacionamento do hospital. Hoje de manhã, quando o suspeito apareceu no local, acreditando que iria fazer novas vítimas, foi imobilizado e preso. A Polícia Militar foi acionada e levou todos os envolvidos à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro para esclarecimento dos fatos. O nome do estelionatário não foi informado. Conforme a Polícia Militar, o homem tem varias passagens pela polícia pelo crime de estelionato.