Número de mortes na oncologia da Santa Casa pode subir, diz associação
O presidente da Avem-MS (Associação das Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul), Valdemar Moraes de Souza, acredita que o número de mortes no setor de oncologia da Santa Casa de Campo Grande pode ir além dos três casos registrados no mês passado.
Ele afirma que recebeu denúncias dos familiares de outras duas pessoas que também teriam morrido no hospital, supostamente em decorrência de sessões de quimioterapia. Entre os caso consta o de Carlos Alberto Cintra Gaúna, de 20 anos, que morreu durante tratamento de leucemia. “São suspeitas, por isso, acionamos a Justiça e pedimos investigações”, disse.
Recentemente, ele protocolou ofícios junto ao MPF (Ministério Público Federal) e MPE (Ministério Público Estadual), solicitando a interdição da oncologia na Santa Casa. Ele afirma que há outros centros de referência na Capital, como o Hospital Regional e o Hospital do Câncer Alfredo Abrão.
Nos ofícios ele também pede uma completa investigação acerca das mortes, partindo desde 2013, já que outros casos podem estar relacionados. “Há indícios de mortes semelhantes no ano passado, e precisamos saber se existe ligação com os casos recentes”, disse. O hospital alegou que só vai se pronunciar quando for oficialmente notificado tanto pelo MPF quanto pelo MPE.
Há alguns dias a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), instituição gestora da Santa Casa, rompeu contrato com a Clínica de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, empresa que prestava serviços aos pacientes em tratamento de câncer, e assumiu a ala.
O motivo seria quebra no relacionamento de confiança, por causa da demora do Centro em relatar à ABCG as mortes de Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, e Maria Glória Guimarães, 61 anos, ocorridas nos dias 10, 11 e 12 de junho, respectivamente. Além da própria Santa Casa, também fazem suas investigações a Polícia Civil e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).