OAB faz desagravo contra juiz que expulsou advogado após bate-boca
Após a investigação, a entidade informou que vai “adotar as medidas legais aplicáveis ao caso”
Conselho Seccional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Mato Grosso do Sul instaurou um processo de desagravo contra o magistrado da 1ª Vara do Tribunal do Juri da Comarca de Campo Grande em sessão na tarde desta sexta-feira (26).
De acordo com a nota enviada à imprensa, a OAB/MS reafirma seu compromisso diário na luta pelo respeito às prerrogativas da advocacia diante o ocorrido.
Conforme noticiado pelo Campo Grande News, advogado do padrasto acusado de estuprar e matar a enteada de 2 anos, Willer Almeida foi retirado sob escolta de plenário do Tribunal do Júri, no Fórum de Campo Grande, após bate-boca com o juiz Carlos Alberto Garcete, que presidia na última sexta-feira (19), mais uma tarde de audiências do caso que abalou a Capital.
A discussão começou quando o defensor de Christian Campoçano Leitheim, 25, decidiu servir copo de água a testemunha que chorava muito durante depoimento.
Garcete já estava irritado com a defesa do padrasto. Antes da discussão, deu “chega para lá” em Pablo Gusmão, que fez interferências nas perguntas de Camila Garcia de Rezende, advogada de Stephanie de Jesus da Silva, 24, a mãe da criança, também acusada de assassinato. O juiz disse a Gusmão que sabia quando um advogado estava sendo tendencioso e que faria as interrupções necessárias.
O advogado, contudo, não obedeceu a ordem e justificou que a moça estava num momento de emoção. Foi aí que começou o bate-boca:
— O que eu vou fazer, se eu vou fazer trabalho de advogado, se eu vou fazer trabalho de serviçal ou se eu vou limpar o chão, não diz respeito ao senhor — disse Almeida.
— O senhor está completamente enganado. Aqui dentro, o senhor só faz serviço de advogado. Do contrário, o senhor é retirado daqui — respondeu o juiz.
— O senhor pode retirar, pode fazer o que o senhor quiser — retrucou o advogado.
— Por favor, retire esse advogado! — ordenou o magistrado para a segurança.
A seccional já havia informado, por meio de nota, que iria “adotar as medidas legais aplicáveis ao caso”.