OAB repudia falas de apoio a Hitler de chefe da segurança municipal
Nota cita que a manifestação de Gonzaga pode ser classificada como apologia ao nazismo, crime previsto em lei
A repercussão negativa de fala do secretário municipal de segurança de Campo Grande, Anderson Gonzaga da Silva Assis, que defendeu o ex-ditador alemão, Adolf Hitler, chegou à OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul), que emitiu nota de repúdio pela manifestação.
“Ao tomar conhecimento das declarações do secretário de Segurança e Defesa Social de Campo Grande que teria feito elogios ao ex-ditador da Alemanha Nazista, Adolf Hitler, divulgados pela imprensa local e nacional, a OAB MS vem manifestar seu total repúdio a esse tipo de fala ou menção”, cita o comunicado.
A nota cita que a manifestação de Gonzaga pode ser classificada como apologia ao nazismo, crime previsto na Lei 7716/1989. Além disso, para a OAB/MS, a fala “desrespeita a memória e o sofrimento do povo judeu e outros tantos milhões de pessoas de diversas nações que foram mortas pelo regime mais brutal da história da humanidade e que deve ser constantemente lembrado para que nunca mais se repita”.
“A OAB/MS espera que sejam tomadas medidas para que esse lamentável caso não seja impune!!”, finaliza o comunicado.
Polêmica - O áudio foi divulgado em reportagem na terça-feira (5), ele é de uma reunião realizada no primeiro semestre e, na época, os servidores montaram acampamento no canteiro em frente ao Paço Municipal em protesto à falta de reajuste salarial e ao não pagamento de adicional de insalubridade.
"Fizeram até videozinho do Hitler. Eu até admiro Hitler, porque ele era um cara inteligente. A Alemanha é a potência que é hoje graças ao Hitler. Estrategista, um cara inteligente. Foi ditador, sim. Tinha as ideologias dele e conquistou o que conquistou graças à inteligência dele. Então só colocar na Netflix lá, na Segunda Guerra Mundial, como ele conquistou e fizeram um videozinho eu queria ser. Mas me dói porque eu queria ser um terço daquilo. Principalmente com esse grupamento aqui".
Embora Anderson tenha se referido à inteligência estratégica de Hitler em sua fala, fica claro o tom elogioso e admiração pelo ditador. Ao declarar que "queria ser um terço daquilo" que Hitler alcançou, o secretário parece ter feito uma analogia que muitos consideraram inapropriada e perigosamente positiva em relação a um dos regimes mais opressivos e violentos da história moderna.