Oito meses após desmonte, barreiras sanitárias voltam a fazer testagem
Quatro acessos à Campo Grande serão monitorados para orientar e conter avanço da covid-19 na Capital
As barreiras sanitárias estão de volta em quatro pontos de Campo Grande, oito meses após serem desmobilizadas. A partir das 7h de hoje (11), equipes estão monitorando as saídas para Cuiabá, Três Lagoas, Sidrolândia e São Paulo. A fiscalização é uma tentativa de conter o avanço da covid-19 na Capital.
Já cedinho, um ponto estava sendo montado na saída para Cuiabá, para monitorar a entrada de veículos pela BR- 163. Antes da fiscalização, o fluxo de carro estava normal pela região, com carros entrando e saindo da cidade normalmente.
A ação é realizada pela Vigilância Sanitária em parceria com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), Guarda Municipal e outras secretárias do município também estão envolvidas. Quem passar pelos locais serão abordados.
“Vamos parar os veículos que vêm de fora. Fazemos uma triagem, verificamos a temperatura da pessoa, se está com sintomas e orientamos sobre a doença”, explica a auditora fiscal da Vigilância Sanitária, Jaqueline Cessari Brito, 33 anos, uma das coordenadoras da barreira no local.
Ela explica que explica que ao todo, 20 pessoas vão fazer o trabalho durante as manhãs e tardes, nos quatro acessos às Capital.
Nos pontos, além do termômetro para aferir a temperatura dos motoristas e passageiros, o teste rápido poderá ser feito naqueles que estiverem apresentando sintomas. Veículos serão desinfetados com um produto que será borrifado nos pneus e parte externa.
Aqueles que apresentarem algum tipo de sintoma será orientado a buscar ajuda na cidade. “Faremos o teste rápido. A pessoa que apresentar positivo para o vírus, vamos disponibilizar uma teleconsulta”, conta Jaqueline.
As pessoas com suspeita da covid, poderão conversar com um médico pelo (67) 2020-2170 de forma gratuita. “Poderá tirar dúvidas. Os que apresentarem sintomas vão ser orientados a procurar ajuda imediata”.
A Prefeitura da Capital também está avaliando a possibilidade de implantar "blitze sanitárias" na Avenida Três Barras e na saída para Corumbá. “Ao todo, serão mais de 200 pessoas para realizarem a abordagem e orientação”, afirma Jaqueline.
De volta – Após o aumento dos casos de covid-19 em Campo Grande e com a nova cepa do vírus já circulando em Mato Grosso do Sul, a Prefeitura de Campo Grande decidiu retomar o trabalho das barreiras sanitárias, que foram montadas em maio e desmobilizadas no início de julho do ano passado, quando o contágio na Capital atingiu picos.
A falta de vaga nos hospitais para paciente com covid-19 também é preocupante, já que mais de 90% dos leitos já estão ocupados. Para o infectologista, Júlio Croda, apesar da tentativa de conter o avanço do vírus, as barreiras não serão eficientes.
“Não faz sentido a sanitização de ruas, já está provado que não funciona. Fazer barreiras nas estradas também não, porque o maior contágio é dentro da cidade e não fora. O teste rápido nesses locais também é inócuo. Detecta só quem já pegou a doença. Até agora, somente a ampliação de ônibus é a medida mais eficaz”, disse o médico em entrevista publicada mais cedo.