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Capital

Olarte pode demitir cerca de 2 mil dos 2,5 mil professores temporários

Antonio Marques | 15/07/2015 09:45
Secretário de Administração pretende dispensar cerca de 1.600 professores convocados para reduzir folha de pagamento. (Foto: Fernando Antunes)
Secretário de Administração pretende dispensar cerca de 1.600 professores convocados para reduzir folha de pagamento. (Foto: Fernando Antunes)

Dentre as medidas de austeridade para equilibrar as contas da prefeitura, especialmente na redução da folha de pagamento para adequação à queda da receita do município, está a dispensa de até 1.600 professores convocados no segundo semestre. É o que pretende o secretário de Administração, Wilson do Prado, que já demitiu 400 profissionais temporários da Reme (Rede Municipal de Ensino). A meta do prefeito da Capital, Gilmar Olarte (PP), é reduzir de 2,5 mil para 500 docentes sem concurso.

Wilson do Prado explicou ao Campo Grande News que a prefeitura que convocou os professores efetivos que estavam cedidos a outros órgãos internos e externos ao Executivo para retornar às salas de aula. Com essa medida foi possível a dispensa de 400 convocados. “Estamos fazendo o nosso dever de casa”, comentou.

Durante o depoimento do Wilson do Prado, como interino da Semed (Secretaria Municipal de Educação) na CPI das Contas Públicas, no último dia 10 de junho, ele informou que no primeiro semestre de 2015, até o mês de maio, haviam 2.526 professores contratados na secretaria. Com os cortes ocorridos e os estimados, para o segundo semestre deve permanecer pouco mais de 500 temporários.

O secretário de Administração esclareceu que vai aguardar as informações da Semed, que desde à segunda-feira, 13, está sob o comando do advogado Marcelo Monteiro Salomão, sobre a realocação dos alunos para o segundo semestre, que é feita durante as férias. “Eu gostaria de dispensar de 1.500 a 1600 contratados. Essa é a meta, mas vai depender dos dados que o novo secretário vai nos passar”, afirmou.

De acordo com o secretário, a prefeitura deve reduzir em R$ 10 milhões o valor do gasto com a folha de pagamento até o final de agosto para o enquadramento a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Ontem, 12, durante anúncio do escalonamento dos salários dos servidores referente ao mês de julho a ser pago em agosto, o secretário em exercício de Planejamento, Finanças e Controle, Ivan Jorge, disse que boa parte na redução da folha viria com o fim de contratos com professores temporários.

Ainda conforme os dados apresentados por Wilson do Prado à CPI, a prefeitura repassou, até o dia 29 de maio, R$ 28,6 milhões para pagamento dos convênios com a OMEP e a Seleta, que são responsáveis pelos contratos com professores temporários. Do total de 4.051 servidores contratados por essas entidades, 2.589 são destinados à Semed. O quadro de professores efetivos da prefeitura é de 4.022 profissionais e 5.017 vínculos (professor pode ter mais de um vínculo).

O presidente da ACP (Sindicato Campograndense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves Alves, tem criticado o secretário Wilson do Prado pelas ações que tomou durante o período que comandou a Semed. Ele teria cortado projetos importantes na secretaria para reduzir o número de profissionais na Reme. "Ele promoveu um desmonte na Semed e não podemos permitir que isso permaneça", denunciou.

Geraldo Alves chegou a declarar na Tribuna da Câmara Municipal durante ao movimento grevista que a Semed estava acabando com projetos como o Mais Educação e fechando salas de informáticas. Questionado durante a posse, o atual secretário de Educação, Marcelo Salomão, declarou que todos os projetos seriam avaliados e aqueles que fossem necessários seriam mantidos.

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