Ong admite calote e não se explica, mas diz ser amiga de trabalhadores
Todos os dias a promessa é mesma. O pagamento do envolvidos no mutirão, tanto na região do Canguru, quanto do Dom Antônio é que o pagamento será efetuado, quem precisa receber espera o dia todo e nada acontece.
Nesta quinta-feira (20), depois de dias tentando contanto com a Morhar Organização Social, representante da Ong atendeu a ligação da reportagem. “Já está sendo realizado o pagamento durante o dia. Ali é um mutirão assistido, o morador faz a casa e recebe ajuda de custo. Estamos sendo amigos deles”, disse Rodrigo da Silva Lopes, que desligou o telefone ao ser questionado sobre o motivo do atraso e o valor devido.
O grupo da região do Dom Antônio está muito indignado com as promessas da Ong, que já se comprometeu com eles de realizar o pagamento e ainda não o fez. Diante da situação, eles prometem ir para frente da prefeitura nesta sexta-feira (21). “Desta vez não daremos outra chance, caso não paguem não iremos voltar atrás”, disse o pedreiro Marco Aurélio Andrade, 31 anos.
Esta quinta-feira (20) é mais um dia que os trabalhadores ficam reunidos no local onde as casas estão sendo construídas, no aguardo de alguém da Ong aparecer. “ Ficamos todos os dias nessa expectativa, hoje é o último dia. Não confiamos nesse pessoal, eles se comprometem e não vem”, disse Marco Aurélio Andrade.
Ele já está há dois meses sem receber, disse que o contrato foi fechado no valor mensal de R$ 1.800. “Tenho três crianças em casa e a esposa, só eu trabalho. A situação está ficando muito complicada, só não estamos passando necessidade porque as pessoas nos ajudam e a gente se vira”, disse.
No Jardim Canguru, os trabalhadores estão otimistas de que de hoje não passa e eles receberão o pagamento. “Acredito que hoje eles virão aqui acertar com a gente, mas não disseram o horário. Estamos aguardando”, disse o porteiro Marcos Roberto Pereira, 40 anos.
A prefeitura informou que a Ong foi contratada para administrar o mutirão e que não tem vínculo com os trabalhadores. Até a conclusão deste texto, a prefeitura não havia informado se há pretensão de romper o contrato com a Ong.
Mudança– Há cinco meses, os moradores foram transferidos da Cidade de Deus, para quatro outras áreas. A promessa era que todas as 390 famílias estariam abrigadas em casas de alvenaria até 10 de setembro, mas permanecem em barracos. Esta semana eles fizeram protestos para chamar a atenção das autoridades e cobrar a realização do pagamento, mas por enquanto, nada foi feito.