Ong deve até R$ 10 mil para operários que trabalham em mutirão de casas
Funcionários que ajudaram a construir parte das casas de alvenaria que vão abrigar os antigos moradores da favela Cidade de Deus, nas imediações do bairro Dom Antônio Barbosa - região sul de Campo Grande - afirmam que a dívida da Morhar Organização Social com cada um varia de R$ 2 mil a R$ 10 mil. Há dias têm havido protestos cobrando os pagamentos, no entanto sem solução até o momento.
Um dos líderes dos manifestantes que estão insatisfeitos com o descaso da empresa e falta de pagamento, Dorgivan Ramos, diz que ficou um mês sem receber e a divida da Morthar com ele passa de R$ 3 mil. "Eu trabalhei pouco mais de um mês, mas como tempo que estou parado a dívida passa de um salário", declarou.
Pedreiro há 13 anos, ele diz que nunca morou na favela, mas que por ter casa perto do local onde as casas começaram a ser construídas foi contratado para o mutirão. "Eu estava parado e aceitei o emprego. Junto comigo foram contratados mais uns 80 homens".
Indignado com a situação, ele afirma que a empresa deve entre R$ 2 mil e R$ 10 mil para os funcionários. Dorgivan afirma ainda que o material que antes chegava cedo começou a ser entregue 'picado'. "Não tem ninguém que deve receber menos de R$ 2 mil e o marcineiro está com atraso de R$ 10 mil. Eles falam que vão pagar, mas até agora ninguém apareceu".
Mudança – Há cinco meses, os moradores foram transferidos da Cidade de Deus, para quatro outras áreas. A promessa era que todas as 390 famílias estariam abrigadas em casas de alvenaria até 10 de setembro, mas permanecem em barracos.
Nesta quinta-feira (20), cerca de 40 manifestantes estão reunidos no Dom Antônio a espera do presidente da empresa para uma conversa. Caso o encontro não aconteça eles vão se reunir na frente do Paço Municipal.