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Capital

Sem receber, moradores fecham rua em protesto e homem é esfaqueado

Divididos em quatro favelas, moradores da antiga Cidade de Deus estão não recebem salários e material para construir casas

Mayara Bueno | 19/10/2016 18:21
Moradores do Jardim Canguru bloqueiam rua esta tarde. (Foto: Direto das Ruas)
Moradores do Jardim Canguru bloqueiam rua esta tarde. (Foto: Direto das Ruas)
PM está no local, onde um homem foi esfaqueado durante o protesto. (Foto: Direto das Ruas)
PM está no local, onde um homem foi esfaqueado durante o protesto. (Foto: Direto das Ruas)

Trabalhadores contratados para construção das próprias casas na antiga favela Cidade de Deus continuam sem receber os salários. Nesta quarta-feira (18), moradores que foram remanejados para o Jardim Canguru voltaram a fechar trecho de uma rua em protesto, esta tarde, quando um homem acabou ferido. 

Eles aguardam o posicionamento da Morhar Organização Social, responsável por fornecer material e o pagamento.

Até o fechamento deste texto, os moradores estavam na Rua Catiguá, a principal do Jardim Canguru. “Eles falaram que iam pagar hoje de manhã, mas não aparecerem. Disseram que iam vir as 15 horas e nada”, explicou uma das moradoras, Edileuza Luiz.

No local, moradores e trabalhadores bloqueiam a rua, com pedaços de paus e galhos e a PM (Polícia Militar) está por lá. Ainda não há informação de confusão com a polícia, mas um homem - que ainda não foi identificado - levou uma facada no braço e, ainda conforme a moradora, levado consciente para uma unidade de saúde"Não vimos o que aconteceu. Não sabemos se foi alguém que tentou passar pelo protesto", disse.

Ontem, o protesto ocorreu na BR-262, que teve o trecho próximo do anel viário, em frente ao aterro sanitário, bloqueado. A situação no Bom Retiro é semelhante. Eles ainda não receberam e continuam sem material para continuar a construção, conforme um dos moradores, que preferiu não se identificar.

Realocados – Desde março, 314 famílias que viviam na favela Cidade de Deus, próxima ao lixão de Campo Grande, vivem em três áreas nos bairros Vespasiano Martins, Canguru, Teruel e Bom Retiro, depois de uma decisão da Justiça.

Nos locais, foi implantado o programa "Mutirão Assistido", que consiste na construção de casas, onde a prefeitura banca 40% da construção e o morador pagará os 60% restantes parcelados junto ao valor do terreno.

Cada casa custa R$ 12 mil e o terreno onde as famílias foram instaladas R$ 24 mil. A Emha (Agência Municipal de Habitação) deve fazer a regularização das áreas e o valor poderá ser pago pelas famílias em 300 parcelas de R$ 120.

Em julho, o prefeito Alcides Bernal (PP) lançou algumas moradias sem forro, reboco e com as instalações hidráulicas aparentes. Esta é a realidade da maioria das “residências”.

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