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Capital

Operação busca membros de facção que ordenou assassinato de policiais

Paula Maciulevicius | 24/05/2013 06:20
Crimes eram planejados por presos do presídio de Segurança Máxima da Capital. (Foto: João Garrigó)
Crimes eram planejados por presos do presídio de Segurança Máxima da Capital. (Foto: João Garrigó)

Operação iniciada hoje desarticula facção criminosa que contava com pelo menos 55 integrantes que comandavam de dentro e fora do presídio, ataques contra agentes da segurança pública do Estado. Desde o amanhecer desta sexta-feira estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão contra membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), em Campo Grande. Entre os alvos está uma advogada que tinha ligação direta com a facção. A operação leva o nome de "Blecaute" e é realizada pela Polícia Militar, e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Segundo apuração do Campo Grande News, as investigações começaram em março, depois da execução do policial militar aposentado Otacílio Pereira de Oliveira, 60 anos, em Três Lagoas. Desde então, foram expedidos 55 mandados de prisão contra os integrantes, 38 deles estão no presídio de Segurança Máxima e de lá ordenaram o assassinato de pelo menos três agentes da segurança pública, além da execução do PM em Três Lagoas. Dos outros 17 membros, cinco deles estão identificados e devem ser presos nesta sexta-feira.

Os mandados de prisão estão sendo cumpridos desde as 5h30 da manhã de hoje em residências, parte deles estão concentrados no Jardim Noroeste, Mata do Jacinto e Portal Caiobá.

Em cima de escutas telefônicas e bloqueios em contas bancárias, a Polícia montou um organograma do PCC em Mato Grosso do Sul e conseguiu frustrar a execução de agentes da segurança pública. O plano era de executar um policial militar em Campo Grande e outros dois agentes penitenciários em Corumbá e Paranaíba.

A operação "Blecaute" envolve também a transferência de presos, que atuam na liderança da facção, do presídio de Segurança Máxima de Campo Grande para o presídio Harry Amorim Costa, em Dourados e vice-e-versa. Detentos também serão encaminhados para o Presídio Federal.

Depois da morte de um dos integrantes da facção, o Primeiro Comando da Capital tinha no Estado o foco na execução de policiais militares. Conforme apuração do Campo Grande News, o responsável por "insulflar" o grupo era Carlos Eduardo Romualdo, conhecido como "Talismã", preso em abril, pela Polícia Militar de São Paulo.

Em Mato Grosso do Sul, Talismã tem envolvimento no sequestro do dono de um açougue no Pioneiros em junho do ano passado e também no tiroteio ocorrido em março deste ano, entre policiais e suspeitos de planejarem a execução de PM's. O episódio que envolveu duas trocas de tiros entre bandidos e PM, primeiro na região do UPA Universitário e depois no Los Angeles, terminou com a morte de Joaquim Joscelino do Nascimento, de 28 anos, o Cebola.

PM executado - Otacílio foi assassinado quando chegava em casa, no dia 7 de março. Ele estava pilotando a moto que utilizava para o trabalho como mototaxista e foi abordado por bandidos. A vítima foi alvejada por dois tiros nas pernas e dois no abdômen. A mulher, ao ouvir os disparos, saiu para ver o que havia acontecido e encontrou o marido caído atrás de um carro.

No final de março, a Polícia apresentou os integrantes da facção responsáveis pelo crime, incluindo um sobrinho da vítima. As investigações apontaram 21 membros do PCC envolvidos na execução e que a ordem havia partido dos estados de São Paulo e Paraná.

No início da tarde de hoje, o Ministério Público deve realizar uma coletiva de imprensa para repassar os detalhes da operação.

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