Pacientes conseguem vagas em UTIs, mas falta viatura para o transporte
Pelo menos duas idosas com suspeita de gripe H1N1, internadas em postos de saúde de Campo Grande, conseguiram nesta quinta-feira (23) vagas em UTIs (Unidade de Tratamento Intensivo) de hospitais particulares, alugados pela prefeitura, porém, elas ainda não foram transferidas ainda por falta de viaturas para o transporte.
Uma das pacientes nesta situação é a idosa Mariana Felícia de Souza, de 80 anos, e que está há dois dias internada em estado gravíssimo na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Vila Almeida - o Campo Grande News conversou com a neta da idosa durante à manhã, quando ela ainda não tinha conseguido a vaga.
"Dizem que só tem duas viaturas Alfa do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), e só elas podem fazer esse transporte de alta complexidade. O diagnóstico da minha avó foi de pneumonia grave, mas há suspeita de H1N1", explica a neta da paciente, Tatiane Cândia de Souza Silva, 27 anos. A idosa está mantida com ventilação manual.
Outra pessoa que passa pela mesma dificuldade é Ilame Chafic Araje, de 64 anos. Ela está há quatro dias internadas com os mesmos sintomas de Felícia, mas no CRS (Centro Regional de Saúde) do Tiradentes, e está entubada, também com ventilação manual, aguardando a transferência.
"Ela estava no asilo São João Bosco, estava bem, mas há quatro dias nos ligaram afirmando que ela precisou ser levada para a posto. Deu entrada com pneumonia e infecção urinária e não melhorou. Agora conseguiram essa vaga em UTI porque ela tem suspeita de H1N1, mas não tem viatura para levá-la", conta a sobrinha dela, Jamila Taha, 54.
A idosa Mariana Felícia de Souza conseguiu a vaga no Hospital El Kadri, enquanto que a UTI destinada para Ilame Chafic fica na Clínica Campo Grande. Segundo os acompanhantes das pacientes, ainda não há previsão de quando elas serão transferidas.
Cidade sem leitos - No início desta semana o Campo Grande News mostrou a situação do maior hospital da cidade, a Santa Casa, onde os 93 leitos da UTI estavam ocupados e a lotação na área vermelha era de 200%.
Com a chegada do inverno, casos graves associados a problemas respiratórios aumentam e por isso a preocupação com a falta de vagas é também maior, obrigando com que a prefeitura, como nos dois casos mostrados nesta matéria, alugue leitos na rede privada de saúde de Campo Grande.
Em contato com a assessoria da prefeitura em questionamento relativo a caso ocorrido na tarde de ontem (22), quando uma mulher de 60 anos em coma induzido e com pneumonia e infecção generalizada conseguiu vaga no Hospital Regional, Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não negou que falta de vagas em UTIs virou um problema constante na Capital.