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Capital

Pais pedem a exumação do corpo de bebê após morte no Hospital Regional

Filipe Prado | 23/03/2015 11:56
A advogada suspeita que os hematomas no pescoço do bebê ocasionaram a morte (Foto: Marcelo Calazans)
A advogada suspeita que os hematomas no pescoço do bebê ocasionaram a morte (Foto: Marcelo Calazans)

A advogada da família de Luiz Gustavo Barboza, de 9 meses, que morreu no dia 15 deste mês durante tratamento de uma doença rara, chamada Hemofilia, pediu à Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) que realize a exumação do corpo da criança. O exame será realizado para informar a real causa da morte do menino.

Luiz foi levado até o Hospital Regional pela mãe, Roseli Barbosa da Silva, 30 anos, no dia 13 para tomar uma injeção do Fator FVIII, usado no tratamento, mas as enfermeiras não conseguiram encontrar a veia do menino, então aplicação o medicamento na jugular, o que fez o pescoço do menino inchar.

A advogada Viviane Lacerda Lopes Nogueira revelou que pediu a exumação do corpo, já que à família os médicos afirmaram que a criança morreu por complicações decorrentes da doença, mas a certidão de óbito informa que uma das causas foi a compressão de vasos cervicais por hematoma. “Nós suspeitamos que a morte tenha sido causada por falta de oxigenação. A informação da certidão foi divergível ao que disse a mãe”, comentou a advogada.

O atestado também alega que as causas da doença são: Hemorragia pulmonar, edema agudo de pulmão, hemofilia, anemia e alargamento de TTPA. Os pais da criança pedem a investigação do caso, já que Luiz Gustavo viveria uma vida normal, caso continuasse com a tomar a medicação duas vezes na semana. “Ele estava bem. Normal”, assegurou Roseli.

Viviane explicou que a autopsia não foi feita no momento da morte, porque a mãe não autorizou o procedimento, pois, para ela, o bebê tinha morrido de causas naturais. “A assistente social perguntou que queria que abrissem meu filho, mas na hora do desespero, disse que não queria”, explicou a mãe.

O MPE (Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul) também pediu a exumação do corpo do bebê da “forma mais rápida possível”. “Eu quero que isso seja investigado para que não ocorra com outras mães, para que elas não passem o que estou passando”, acrescentou Roseli.

O pai do bebê, o pedreiro Luiz Irio Ferreira, 36 anos, contou que o filho vivia uma vida normal e que todos ao redor gostavam muito dele. Sempre sorrindo, foi esta a última imagem que o pai teve do menino. “Ele entrou sorrindo”, destacou. Luiz Gustavo tinha dois irmãos mais velhos, de 4 e 3 anos.

Roseli e Luiz serão ouvidos amanhã, às 10h, pela delegada da Depca.

Investigação - O Hospital Regional abriu sindicância para apurar o caso. Na manhã de quarta-feira (18) a família da criança registrou um boletim de ocorrência e recorreu à Associação de Vítimas de Erros Médicos do Estado alegando ter havido negligência por parte da equipe médica do HR, que atendeu o paciente.

Conforme a assessoria de comunicação do HR, o objetivo da sindicância é verificar a conduta dos profissionais durante o atendimento médico prestado ao bebê. Uma equipe interna da administração vai fazer um levantamento desde a entrada do bebê no hospital até sua saída, já em óbito. Os enfermeiros e os pais da criança serão ouvidos.

"Ele entrou sorrindo", lembrou o pai do bebê (Foto: Marcelo Calazans)
"Ele entrou sorrindo", lembrou o pai do bebê (Foto: Marcelo Calazans)
O pescoço do bebê ficou ferido depois de levar injeções (Foto: Marcos Ermínio)
O pescoço do bebê ficou ferido depois de levar injeções (Foto: Marcos Ermínio)
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