Para prefeitura e consórcio, gratuidades encarecem passagem de ônibus
Empresa responsável pelo transporte coletivo na Capital afirmou que tarifa seria de R$ 3,12 sem gratuidades
Audiência Pública realizada nesta sexta-feira (3) na Câmara Municipal de Campo Grande discutiu soluções para o transporte coletivo da Capital. Assim como em outras oportunidades, o Consórcio Guaicurus e prefeitura por meio da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) sustentaram que as gratuidades no transporte coletivo impactam diretamente no valor da passagem.
“Temos que pensar na remodelagem do contrato, e isso leva tempo. Que o município pague pelos alunos da rede municipal, o estado pague pelos alunos da rede estadual, que volte a isenção do ICMS e ISS. Se tirar o ICMS, reduz do povo que vai pagar o transporte, não está dando dinheiro para o consórcio. Aí, o consórcio tem que rebolar pra prestar um serviço de excelência. Equilibrando as contas, a gente consegue cobrar e ter um serviço melhor”, frisou o diretor-presidente da Agereg, Otávio Figueiró.
Atualmente o valor da tarifa do transporte coletivo na Capital custa R$ 4,20. De acordo com, João Rezende, presidente do Consórcio Guaicurus, estudos realizados pela empresa demonstraram que o valor seria da passagem seria de R$ 3,12 se não houvesse gratuidades para idosos, estudantes e portadores de necessidades especiais.
“Quem deu a gratuidade que pague por ela. A Prefeitura colocou gratuidade para estudante, mas colocou o cidadão e o empresário para pagar a conta. Uma política tarifária como essa, que diminuiu a evasão escolar, que toda a cidade pague pelos cofres do município, não pelo bolso do trabalhador. Somente aqui o cidadão que paga R$ 5 mil em uma mensalidade de universidade não paga pelo serviço de transporte coletivo”, reiterou Rezende.
A discussão reuniu ainda representantes de vários setores ligados ao transporte público na Capital, como Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Na oportunidade, o diretor-presidente Janine de Lima Bruno, avaliou que os investimentos realizados, como corredores exclusivos para ônibus, darão mais celeridade as viagens, fazendo com que a população volte a usar o transporte coletivo.
“Pode ser que melhorando o sistema, diminuindo o tempo, o motorista resolva deixar o carro em casa e usar o transporte coletivo, e isso melhora o trânsito”, frisou.
Presidente da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito no legislativo municipal, vereador Alírio Villasanti (PSL), apontou algumas melhorias recentes no transporte público da Capital.
“Tivemos o escalonamento dos horários de entrada e saída das escolas municipais, que facilitou bastante e ajudou muito durante a pandemia. Também foi possível fazer o mesmo escalonamento na rede estadual, com os dois principais colégios da área central. São possíveis mudanças importantes se sentarmos para discutir o tema com seriedade”, finalizou.