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Capital

Passada a euforia, GNV é desprezado pelos taxistas na renovação da frota

Viviane Oliveira | 18/09/2011 11:10

Taxistas foram sentindo no bolso e desistindo do combustível já na última troca da frota. “No auge do GNV 75% de nossa frota usavam o gás, hoje se tiver 30% é muito”, diz presidente do Sintáxi

Em Campo Grande há oito postos que abastecem veículos com GNV. (Foto: João Garrigó)
Em Campo Grande há oito postos que abastecem veículos com GNV. (Foto: João Garrigó)

Passada a euforia inicial do combustível alternativo, hoje o GNV (Gás Natural Veicular) não faz mais sucesso. Para muitos motoristas que apostaram na economia, os sucessivos aumentos no preço do GNV desanimaram e lamentam que o cilindro só toma espaço.

Para o presidente do Sintáxi (Sindicato dos Taxistas) João Santana, o gás GNV foi uma grande decepção. Ele conta que na época era uma opção boa de economia, mas hoje já não compensa. “Está quase o mesmo preço do álcool, e o GNV gasta um pouco mais”. Segundo ele, além do preço do combustível, há também o custo da conversão e da manutenção posterior.

Para fazer o licenciamento o carro a gás precisa fazer uma revisão anual em uma firma credenciada. “Além de pagar para fazer a revisão você ainda paga uma taxa no Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) para ter o certificado”, lamenta o presidente do Sintáxi. Sem cumprir essas normas não há como licenciar o veículo.

Os taxistas foram sentindo no bolso e desistindo do combustível já na última troca da frota. “No auge do GNV 75% de nossa frota usavam o gás, hoje se tiver 30% é muito”.

De acordo com a assessoria da MS Gás, um veículo com um metro cúbico de gás tem autonomia de 20 quilômetros. O preço varia de R$ 1,74 a R$ 1,77.

Ainda conforme a assessoria com um litro de álcool que hoje custa em média R$ 1,99, um veículo alcança desempenho de 7 quilômetros. O motor a gasolina rende 10 km por litro.

O preço de uma conversão de motor, dependendo do tipo de carro, varia de R$ 2 mil a R$ 4 mil.

De acordo o diretor técnico do Sinpetro/MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul), Alfredo Barros, em 2004 foram investido R$ 900 mil em obras civis e equipamentos para oferecer o combustível.

Segundo ele, os investimentos acabaram se tornando frustrantes em função da falta de política do governo federal que no começo incentivou e em seguida "puxou o tapete", priorizando as termelétricas e o parque industrial do Centro-Sul.

“O volume de gás veicular vendido no Estado hoje é da ordem de 900.000 m3 por mês. Um volume muito pequeno e bem abaixo do previsto inicialmente”, explica o diretor.

Afredo tem a esperança que a situação de mercado ainda possa melhorar. Conforme ele, o Brasil está superando hoje as metas de produção do Gás Natural previstas para 2015.

“Como o governo praticamente está nas mãos dos usineiros, pois, priorizaram o açúcar ao invés do álcool, hoje temos que importar os dois produtos, etanol e gasolina, com isso o GNV continua a ser a terceira via que equilibra tudo isso.

Postos - O diretor do Sinpetro explica que apesar de tudo isso o mercado não está ruim. Campo Grande tem oito postos que abastecem veículos movidos a gás. “Hoje não se vê filas quilométricas, por dois motivos, um, que o consumo diminuiu em função dos preços baixos da gasolina e outro que os incentivos para financiamento dos kits de conversão não existem mais".

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