“Pedreiro assassino” tem crise de tosse em interrogatório e depoimento é adiado
“Estou gripado, doutor. No presídio todo mundo está assim”, disse ao juiz
Na primeira vez em que seria ouvido pelo juiz, Cleber de Souza Carvalho, de 44 anos, teve falha na voz e crise de tosse, impossibilitando audiência de interrogatório agendada para a tarde desta terça-feira (9). Por causa da gripe, a Justiça adiou o depoimento do pedreiro serial killer, acusado de matar sete homens a pauladas e enterrar os corpos.
Sem máscara e por videoconferência, Cleber começou a contar detalhes sobre a morte do aposentado Timóteo Pontes Roman, de 62 anos, encontrado no dia 16 de maio do ano passado, no poço da casa onde morava, na Vila Planalto.
Ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, o pedreiro contou que conhecia a vítima há cerca de 20 anos e que o crime teria sido cometido por causa de uma dívida. Segundo ele,o desenrolar do homicídio começou depois de o idoso o procurar perguntando sobre agiota.
Nos poucos minutos de depoimento, o acusado se dividia entre algumas palavras ditas com voz rouca e falha, e crises de tosse. Ele usava um lenço azul todas as vezes em que tossia.
Sem conseguir compreender o teor do que era dito, o juiz questionou sobre o estado de saúde de Cleber e foi informado sobre a gripe que segundo ele, atingiu todos os detentos da cela onde ele cumpre pena.
“Estou gripado, doutor. No presídio todo mundo está assim. Na ala estamos em 70 e todo mundo está com essa gripe”, relatou.
Questionado pelos advogados que o defendem, o pedreiro afirmou não ter feito exame de covid-19 recentemente. “Aqui a coisa é precária. Só quando está muito mal”, revelou.
Por causa do mal estar, o juiz achou por bem remarcar a audiência. “É prudente remarcar nova data devido a voz bastante alterada a ponto de não conseguir ouvir direito o depoimento”, considerou o magistrado.
A nova data foi agendada para o dia 16 de março.
Em série - O serial killer está preso desde 15 de maio, quando confessou que matava as vítimas e enterrava os corpos. O primeiro caso a vir à tona foi o de José Leonel. Tanto ela quanto a esposa e filha estavam morando no imóvel que era da vítima, quando o corpo foi encontrado pela polícia. A partir deste caso Cleber confessou ter matado mais 6 pessoas e inclusive indicou o local onde elas estavam enterradas.