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Capital

Pedreiro premeditou morte de amigo após briga por terreno; até abriu cova antes

PM que participou das diligências de 5 homicídios afirma que pedreiro cavou cova, já premeditando crime

Dayene Paz e Bruna Marques | 08/03/2022 10:55
Pedreiro passa pelo 4º julgamento nesta terça-feira (8). (Foto: Bruna Marques)
Pedreiro passa pelo 4º julgamento nesta terça-feira (8). (Foto: Bruna Marques)

O policial militar Flávio Andrade da Silva, que participou das diligências de cinco vítimas de Cléber de Souza Carvalho, o "Pedreiro Assassino", afirmou que a morte de Claudionor Longo Xavier, de 47 anos, foi premeditada. "O Cléber deixou a cova aberta dias antes", disse durante o júri desta terça-feira (8). O pedreiro passa pelo quarto julgamento e já acumula 48 anos de condenação por três homicídios.

Para o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Flávio contou sobre as diligências que participou, após a polícia descobrir sobre os crimes em série praticados por Cléber. Dos cinco casos, afirmou que percebeu que Cléber foi frio, mas "colaborativo", ao apontar onde as vítimas estavam enterradas e ajudar nas escavações. O mesmo foi dito por outras testemunhas nos três julgamentos anteriores.

No caso do assassinato de Claudionor, o policial militar conta que eles eram amigos, mas houve desentendimento pelo mesmo motivo dos outros crimes, briga por terreno invadido. "Já tinha relação de amizade e eles tomaram posse de uma terra da prefeitura. Cléber iniciou a obra nesse terreno, quando o Claudionor disse que o terreno ia ficar para ele, que Cléber já tinha outros", lembra.

O pedreiro não gostou e a partir daí, planejou a morte do amigo. "Depois dessa discussão, ele cavou a cova em um terreno", disse Flávio. O terreno fica no Bairro Sírio Líbanes.

Alguns dias depois, Cléber estava no terreno onde houve a discussão, nas imediações da Avenida Tamandaré, quando Claudionor teria voltado no assunto. "Então Cléber inventou uma história de que teria uma área no sentido de Rochedinho que dava para invadir e ficaria com Claudionor", revela. A vítima concordou em ver esse terreno e quando deu as costas, foi atingida pelo golpe de chibanca, um tipo de picareta, que Cléber também utilizou nos outros crimes.

O pedreiro então colocou a vítima no porta-malas de um veículo, a levou para o outro terreno, onde a cova já estava pronta, onde a enterrou. Neste local, na época da investigação, também foi encontrado o corpo de outra vítima, José Jesus de Souza, 45 anos.

Depois de matar Claudionor, o pedreiro anunciou a moto da vítima no Facebook e vendeu.

Entenda - O pedreiro foi preso em 2020, após a polícia descobrir série de homicídios em Campo Grande. Ele é acusado de matar e enterrar suas vítimas. Na época, Cléber confessou os assassinatos, apontando onde teria enterrado as vítimas.

Foram feitas escavações, sob investigação da DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio), sendo que sete vítimas foram encontradas. São elas: José Leonel Ferreira Santos, de 61 anos, Timótio Pontes Roman, de 62, José Jesus de Souza, 45 anos, Roberto Geraldo Clariano, 50, Hélio Taíra, 74, e Flávio Pereira Cece, de 34 anos.

Cléber sempre agia pensando em ficar com algo das vítimas, sejam imóveis ou veículos. Ele começou a ser julgado pelos crimes este ano e já acumula pena de 48 anos de prisão por três dos sete homicídios.

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