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Capital

“Pensava nos meus filhos e na minha esposa”, diz esfaqueado 11 vezes

Caso aconteceu na madrugada do último domingo durante um assalto na região do Jardim Tijuca

Bruna Marques | 27/09/2022 16:43
Motorista foi esfaqueado 11 vezes durante assalto no Jardim Tijuca. (Foto: Reprodução | Facebook)
Motorista foi esfaqueado 11 vezes durante assalto no Jardim Tijuca. (Foto: Reprodução | Facebook)

Motorista de aplicativo, 34 anos, esfaqueado 11 vezes, relata momento de desespero, vivido durante assalto, na madrugada de domingo (25), no Jardim Tijuca. Aguardando cirurgia na Santa Casa, o homem conversou com o Campo Grande News, pelo telefone.

À reportagem, o homem que prefere não se identificar, disse que na noite do crime, aceitou uma corrida com embarque na Rua Taveirópolis, na Vila Santo Eugênio e desembarque no Jardim Tijuca.  A solicitante da corrida, segundo o motorista, era uma mulher, mas chegando ao local, quatro homens embarcaram no veículo.

"Um sentou no banco da frente e os outros três no de trás. No trajeto eles começaram a discutir entre eles, dando a entender o tempo todo que não tinham dinheiro para pagar a corrida", relembra a vítima.

Durante o percurso, o homem lembra que os passageiros pediram para ele rotear a internet do celular e perguntaram se ele aceitava Pix como forma de pagamento.

"Eu roteei a internet como me pediram, falei que aceitava Pix, mas quando chegou no destino, eles não tinha dinheiro para me pagar", afirma o motorista.

No dia do crime, o motorista estava trabalhando pelo aplicativo inDriver, plataforma que não oferece opção de pagar a corrida depois. A vítima conta que no momento do desembarque os três passageiros que estavam no banco de trás do carro desceram e o da frente ficou tentando negociar o pagamento para a próxima corrida.

"Ele ficou alguns minutos insistindo para que eu deixasse ele descer sem pagar a corrida, eu falei que não tinha como, porque eu estava trabalhando e o aplicativo não deixava pagar depois. Na última vez que ele pediu e eu falei não, ele começou a me dar as facadas".

No momento em que era esfaqueado, a vítima revelou que estava preso no cinto de segurança e não conseguia descer do veículo. As agressões só pararam quando o amigo do suspeito chegou e segurou o agressor.

"Eu fiquei desesperado, não conseguia fazer nada. Um dos caras que estavam com ele apareceu, puxou ele e eu consegui soltar o cinto e sai correndo até o cruzamentos das ruas Panambi Vera e Avenida Lúdio Martins Coelho", narra.

As facadas atingiram o braço, peito, barriga, virilha, e dedo da mão, do homem. Na tentativa de estancar o sangue dos ferimentos, a vítima tirou a camiseta e enrolou no braço.

"Eu estava sangrando muito, sai correndo na rua pedindo ajuda, mas como era de madrugada, pessoal ficou com medo e ninguém me ajudou".

Além das facadas, o motorista lembra que o suspeito tentou atropelá-lo. "Ele pegou meu carro e veio na minha direção, subiu na calçada que eu estava e tentou passar com o carro em mim. Eu sai correndo e me escondi no mato".

Após meia hora de desespero e com medo de morrer, o homem foi socorrido por dois homens que passava de carro pelo local.

"Apareceu uma saveiro com dois rapazes, me joguei na carroceria e eles me levaram para o posto de saúde. Na hora que ele me esfaqueou eu só pensava em Deus, nos meus filhos e na minha esposa que estava em casa dormindo".

A vítima trabalha com aplicativo de transporte há 3 anos e meio e disse nunca ter passado por uma situação dessas. O homem pretende ficar só na plataforma Uber e não quer mais atender corridas quando o pagamento for dinheiro.

"Eu trabalho de jardineiro, para complementar renda, os aplicativos era para complementar a renda. Devo rodar agora, só quando for cartão na Uber. Não quero mais mexer com dinheiro", afirma.

Crime - O assalto aconteceu na madrugada de domingo (25). Os suspeitos ainda não foram localizados e o veículo Renault Logan roubado já foi encontrado pela Polícia Militar.

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