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Capital

Pesquisa estima que 90 homicídios foram omitidos em relatório de MS

Os casos entraram como mortes violentas, sem que o Estado conseguisse identificar a causa do óbito

Por Viviane Oliveira | 20/06/2024 10:55
Vítima de homicídio em Campo Grande, no Bairro Mata do Jacinto (Foto: arquivo / Marcos Maluf) 
Vítima de homicídio em Campo Grande, no Bairro Mata do Jacinto (Foto: arquivo / Marcos Maluf)

Em 2022, Mato Grosso do Sul teve 90 casos de homicídios ocultos, ou seja, mortes violentas que o Estado não conseguiu definir a causa, mas que têm grande probabilidade de serem assassinatos, conforme os dados da edição de 2024, divulgados pelo Atlas da Violência.

O levantamento foi publicado na terça-feira (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Conforme os pesquisadores, parte dessas mortes violentas por causa indeterminada são, na verdade, homicídios que ficaram ocultos nas estatísticas, fator que prejudica as análises sobre prevalência da violência letal.

No País, foram 5.982 casos de morte violenta sem que o Estado conseguisse identificar a causa básica do óbito, se decorrente de acidentes, suicídios ou homicídios, as chamadas MVCI (Mortes Violentas por Causa Indeterminada).

Conforme a pesquisa, esse fenômeno de indeterminação na causa do óbito aumentou em relação ao ano de 2021, quando 78 homicídios em MS ficaram ocultos nas estatísticas. A estimativa de homicídios é feita com base em um modelo dos pesquisadores do Ipea Daniel Cerqueira e Gabriel Lins, que usa padrões probabilísticos de características dos eventos analisados.

No Brasil, quando uma pessoa morre de morte violenta, o médico legista tem que expedir a declaração de óbito. Ao fazer o laudo cadavérico, o legista muitas vezes não consegue aferir qual foi a motivação que gerou o primeiro fato mórbido. Muitas vezes ele pode até ver uma pessoa com perfuração por arma de fogo, mas não sabe dizer se aquilo foi resultado de um suicídio, acidente ou homicídio. Aquela declaração de óbito com esse campo em branco segue para a Secretaria de Saúde”, explica o pesquisador Daniel Cerqueira.

A reportagem pediu posicionamento da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) sobre o assunto e aguarda retorno.

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