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Capital

Pestalozzi vai abrigar pessoas com deficiência à espera de adoção

Instituição construiu local com doações, após 45 anos de trabalho apontarem a necessidade de criar abrigo

Por Cassia Modena | 25/03/2024 11:16
Sala bem ampla já está pronta e mobiliada para receber crianças e adolescentes com deficiência (Foto: DIvulgação/Pestalozzi)
Sala bem ampla já está pronta e mobiliada para receber crianças e adolescentes com deficiência (Foto: DIvulgação/Pestalozzi)

A carência de abrigos exclusivos para crianças e adolescentes com deficiência que perderam ou nunca tiveram vínculo com as famílias, em Campo Grande, levou a Pestalozzi a criar um novo espaço com esse intuito. Ele vai se chamar Casa de Helena e será inaugurado nesta quarta-feira (27).

O local fica no Bairro Monte Castelo e tem jeito de lar: sala, quartos, banheiros, cozinha e uma varanda bastante espaçosa para os acolhidos ficarem. Todos adaptados para pessoas com deficiência terem o máximo de autonomia possível.

No total, haverá 10 vagas para acolher de bebês a jovens de até 18 anos. Elas não serão concedidas livremente, mas sim apenas quando houver decisão judicial determinando que a pessoa seja abrigada no local.

Um dos banheiros. Todos têm estruturas para acessibilidade (Foto: Divulgação/Pestalozzi)
Um dos banheiros. Todos têm estruturas para acessibilidade (Foto: Divulgação/Pestalozzi)

O nome Casa de Helena foi escolhido em homenagem à Helena Antipoff, a idealizadora da Sociedade Pestalozzi.

Adoção - A presidente da Associação Pestalozzi em Campo Grande, Gyselle Tannous, explica que a instituição filantrópica presta serviços a pessoas com deficiência na Capital há 45 anos. Porém, eles ainda não incluíam o acolhimento por 24 horas aos menores de 18 anos que precisam de abrigo e ficam à espera da sorte de ser adotados.

"Estamos há muitos anos lutando pela criação de um abrigo, sabendo que essa é uma necessidade que a Capital tem. Até porque, no nosso atendimento na outra estrutura, já acompanhamos vários casos em que é necessário pedir a retirada da guarda da família e colocar o assistido num local adequado", conta Gyselle.

Ela destaca que, mesmo tendo menor interesse na fila de adoção, os abrigados ficam à disposição de novas famílias que cumprem requisitos para entrar com o processo legal. "Enquanto isso não acontece, eles podem ficar na Casa de Helena, que também será um lar para eles e terá todo o conforto", conclui.

Varanda com muito verde, para os abrigados ficarem (Foto: Divulgação/Pestalozzi)
Varanda com muito verde, para os abrigados ficarem (Foto: Divulgação/Pestalozzi)

De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social, Campo Grande atualmente tem quatro UAICAS (Unidades de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes) para atender o público de zero a 18 anos, incluindo quem tem deficiência.

Recursos - A construção da Casa de Helena contou com terreno doado pela prefeitura, mão de obra de reeducandos de penitenciárias de Mato Grosso do Sul autorizada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, e foi custeada com o dinheiro pago em multas aplicadas pelo Ministério Público do Trabalho aos exploradores de trabalho análogo à escravidão no Estado.

Os trâmites para credenciamento junto à prefeitura já iniciaram segundo a presidente da Pestalozzi. Assim, além das doações recebidas pela instituição, o local poderá receber recursos públicos para ser mantido.

A Pestalozzi, inclusive, é instituição apta a receber doações de quem declara Imposto de Renda. Saiba como clicando aqui.

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