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Capital

Polícia não tem provas, alega defesa de preso por matar jovem e fingir atentado

Advogados mantém versão dada por cliente há 2 anos: casal foi vítima de atirador desconhecido

Por Ana Beatriz Rodrigues | 09/11/2023 17:00
Ewerton na 4ªDP, dez dias após morte de Bruna Moraes Aquino (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Ewerton na 4ªDP, dez dias após morte de Bruna Moraes Aquino (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Se apoiando nos laudos periciais, a defesa de Ewerton Fernandes da Silva, de 35 anos, preso por matar Bruna Moraes Aquino, 22, em um atentado na noite do dia 1º de setembro de 2021, afirma que provas claramente corroboram com a versão dele: de que o casal foi vítima de um atentado a tiros.

Para o Campo Grande News, o advogado Lucas Arguelho disse que ele e seu sócio, Nikollas Pellat, acreditam não haver "qualquer elemento" que aponte para Ewerton, como autor do crime. “Pelo contrário, diversas e incontáveis provas demonstram que sem dúvidas o nosso cliente foi igualmente vítima de um atentado homicida”, explicou Arguelho.

Lucas ainda relembrou que Ewerton ficou hospitalizado em decorrência de uma lesão causada pelo disparo no braço direito e que a perícia no carro “constatou vestígios do atentado”. “Os prontuários médicos e perícias criminais comprovam a lógica”, também pontuou Arguelho, completando que buscará a Justiça e a responsabilização do verdadeiro autor.

Ewerton está preso desde o dia 27 de outubro desde ano. Segundo o documento, a prisão preventiva dele foi pedida em maio deste ano pelo atual responsável pelo inquérito policial, o delegado Christian Duarte Molinedo, da 4ª DP (Delegacia de Polícia).

Segundo o relatório da prisão, Ewerton foi pego em uma abordagem de rotina. Ele passava com uma moto modelo Pop 100 pelo Jardim Nhanhá, em Campo Grande, quando foi parado.

A investigação - A polícia passou um ano tentando localizar esse atirador e entender que motivos ele teria para atacar o casal, mas exatamente em 25 outubro de 2022, o delegado Christian Duarte Molinedo, que havia assumido a investigação, decidiu tratar Ewerton como suspeito e registrou isso no boletim de ocorrência.

Testemunhas ouvidas ao longo da investigação disseram que ele tinha o costume de andar armado. Além disso, chegou até a 4ª DP que o relacionamento do casal era conturbado. As diligências policiais também apontaram que a lesão provocada na mão do autor, na intenção de passar por vítima, não parecia ter sido provocada por tiro vindo de fora do veículo. "Bruna foi alvejada por alguém que se aproximou do seu lado do carro, estando em posição vertical, indicando que havia a intenção em matá-la", também descreveu o delegado ao fazer a complementação no primeiro boletim de ocorrência.

Por fim, o chefe da investigação registrou que não havia sido possível "colocar" uma terceira pessoa na cena do crime. Desde de outubro do ano passado, o caso, que era investigado como homicídio qualificado com duas vítimas, passou a ser apurado como feminicídio e a segunda vítima e sobrevivente teve a prisão preventiva pedida à Justiça.

O juiz Carlos Alberto Garcete determinou a captura de Ewerton depois de ser informado que a até então principal testemunha do atentado havia "sumido".

Para a investigação, o autor pode ter agido motivado ciúmes, posse, queima de arquivo ou vingança. Como não há confissão, a motivação não ficou clara. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que deu parecer favorável à prisão, afirma que se tratou na verdade de "um crime grave, ardiloso, armado por Ewerton".

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