Polícia suspeita que cachorros em ONG bebiam água de piscina suja
Mãe e duas filhas, responsáveis pelo local, foram autuadas e vão responder por maus-tratos e poluição
Equipe da Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista) cumpriu na manhã desta quarta-feira (7) mandado de busca e apreensão em uma ONG (Organização Não-Governamental), que fica no Bairro Novos Estados, em Campo Grande, após denúncias de maus-tratos. O local estava totalmente insalubre e a suspeita é que os animais abrigados no local bebiam água de uma piscina suja.
De acordo com o delegado Maércio Alves Barbosa, foram feitas diversas denúncias por conta do mau cheiro e há 60 dias a casa era “vigiada” pela polícia, no entanto, o mandado de busca foi expedido apenas nesta quarta-feira. Três mulheres, mãe de 59 anos e duas filhas de 30, eram responsáveis pela ONG e foram autuadas nesta quarta-feira. Elas deverão adequar o espaço e mantê-lo limpo para que os animais abrigados vivam.
No local estavam 36 cachorros e 15 gatos, que foram recolhidos e levados para uma chácara, que é alugada pelas mulheres e onde já vivem outros 70 cães. Equipes da Vigilância Sanitária, do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e da PMA (Polícia Militar Ambiental) deram apoio e vão aplicar multas nas responsáveis.
Ainda conforme o delegado, de dentro da casa foram retirados muitos quilos de lixo. No entanto, não é possível definir se as mulheres eram acumuladoras. O banheiro da casa estava com o vaso sanitário estragado e os policiais encontraram diversos sacos com fezes humanas. E a suspeita é de que o problema seja muito antigo.
No quintal da casa havia uma grade para onde as mulheres empurravam as fezes dos animais, que não eram recolhidas. Os animais eram alimentados diretamente no chão, mas não havia potes de água e por isso a hipótese era de que eles se hidratavam com a água de uma piscina suja do local.
Conforme o delegado, a ONG existe desde 2015 e nunca foi fiscalizada. Em março deste ano, o local recebeu título de entidade de utilidade pública e serão investigadas se recebiam dinheiro dos cofres públicos para manutenção da instituição.
Barbosa destacou que as mulheres foram atuadas por maus-tratos por conta da situação insalubre que os animais viviam. Sobre as multas, ele destacou que só da PMA o valor é de R$ 300 por animal mantido no local.