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Capital

Policial morto por travesti atirou primeiro, dizem testemunhas

Kleber Clajus | 10/07/2014 20:18
Réus do assassinato de policial serão ouvidos no dia 24 (Foto: Marcos Ermínio)
Réus do assassinato de policial serão ouvidos no dia 24 (Foto: Marcos Ermínio)

Testemunhas de defesa dos seis réus acusados do assassinado do investigador Dirceu Rodrigues dos Santos, de 38 anos, defenderam, nesta quinta-feira (10), que o crime ocorreu após o policial atirar primeiro. Os depoimentos foram prestados ao juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete, que agendou interrogatório dos réus para 24 de julho.

Os relatos foram unanimes em destacar que Dirceu e seu parceiro, Osmar Ferreira, em nenhum momento se identificaram como policiais, além de imputar culpa dos três disparos que mataram o investigador aos irmãos Alexandre e Alexsandro Gonçalves Rocha, o último conhecido como travesti Alexia. A dupla de investigadores buscava, em janeiro, uma joia roubada avaliada em R$ 85 mil.

“Ligaram no meu celular marcando um programa. Quando me pegaram disseram que ganhariam R$ 50 mil para recuperar a joia e matar eu e a Alexia. Nos levaram em um carro para casa e o Osmar entrou com a Alexia. Houve uma luta corporal. O Dirceu desceu armado e fui sair correndo para dentro quando ele disparou e o Alexandre reagiu”, relatou Jonas Greco Anastácio, conhecido como travesti Natália.

Da luta corporal, desencadeada durante a recuperação da joia, Osmar ficou desacordado por um golpe “mata-leão” dentro da residência no Jardim Campo Nobre, enquanto Dirceu fugiu atingido pelo tiro disparado por Alexandre.

Alexis, então, utilizou o carro dos investigadores para localizar o policial ferido e executá-lo com dois tiros na cabeça. Ela teve ajuda de um adolescente de 15 anos, que conduziu o veículo e confirmou os disparos, além de estar na companhia do irmão.

“Inocentes” - As seis testemunhas ouvidas hoje ainda negaram participação dos réus Geovani de Oliveira Andrade e dos irmãos Cleber e Renato Ferreira Alves, apesar de reconhecer que os conheciam “da vila”.

Cleonice Lemes, mãe de Geovani, contou ao juiz que no dia do crime Alexandre foi a sua casa e pediu para usar o banheiro, mas negou que soubesse como a arma utilizada para matar o investigador foi parar no telhado da casa vizinha. Ela se queixou, ainda, de ter tido a casa invadida pela polícia e ser algemada durante a prisão do filho.

Alexandre e Alexsandro respondem por homicídio e lesão corporal dolosa, refentes a morte de Dirceu e os ferimentos causados ao policial Osmar. Já Geovani, Cleber e Renato são acusados de receptação dolosa, porte ilegal de arma e favorecimento pessoal ao supostamente ocultarem os autores do crime.

No próximo dia 24, os seis réus do crime serão interrogados, às 14h, na 1ª Vara do Tribunal do Júri.

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