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Capital

Policiais do RJ e MS fazem operação na Capital e em mais quatro estados

Francisco Júnior | 01/12/2011 09:14

A operação é realizada também no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Cerca de 200 agentes estão envolvidos na ação

Agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro estão em Campo Grande realizando a “Operação Scriptus” com objetivo de prender pessoas envolvidas no processo de lavagem de dinheiro do tráfico da facção criminosa que dominava o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

A operação é realizada também no Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Cerca de 200 agentes estão envolvidos na ação. Os agentes cariocas contam com o apoio de policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros ) e DECO (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado, em Campo Grande.

De acordo com o a assessoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro, os policiais tentam cumprir 20 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão nos quatro Estados.

As investigações foram desencadeadas pelo NUCC – LD (Núcleo de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro), com apoio da DCOD (Delegacia de Combate às Drogas), CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais) e da Cinpol (Coordenadoria de Inteligência e Informação Policial).

A partir da análise de 14 retalhos de papel pautado, com manuscritos do traficante Luiz Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira Mar”, apreendidos durante a ocupação do Complexo do Alemão há um ano, os agentes puderam descobrir o esquema responsável pela obtenção de grande parte das armas e drogas para a comunidade, além de como era realizada a lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, cerca de dez toneladas de maconha, das 40 apreendidas durante a operação de ocupação, chegaram ao Complexo do Alemão através do esquema montado pelo traficante.

De acordo com o coordenador do NUCC – LD, delegado Flávio Porto, a análise do material identificou também a existência de uma espécie de “terceiro setor”, integrado por pessoas físicas e jurídicas, sediadas em Foz do Iguaçu, Mato Grosso do Sul e Belo Horizonte, que tinham como função dar uma aparência de legalidade ao dinheiro obtido com o tráfico de drogas. O capital era depositado em suas contas por pessoas que se associaram ao grupo criminoso, exercendo o papel de “agentes depositantes”, geralmente moradores da localidade que levavam o dinheiro às agências bancárias quantias expressivas.

Ao perceber essa movimentação, o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), em parceria com a Polícia Civil, possibilitou o bloqueio e sequestro dos saldos das contas bancárias envolvidas no esquema, por onde circulavam mais de R$ 20 milhões. A partir daí, será possível atingir o patrimônio dos bandidos, construído com dinheiro ilícito.

As pessoas envolvidas no esquema responderão por tráfico de drogas, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

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