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População se arrisca em aglomeração e volta a lotar mirante ao lado do Aeroporto

Espaço estava bastante movimentado, mesmo em plena epidemia do novo coronavírus

Lucia Morel e Aletheya Alves | 31/03/2020 19:24
Mirante estava lotado com pessoas fazendo caminhada, andando de bicicleta e até descansando. (Foto: Paulo Francis)
Mirante estava lotado com pessoas fazendo caminhada, andando de bicicleta e até descansando. (Foto: Paulo Francis)

Depois da calmaria, o mirante de aviões na avenida Duque de Caxias, ao lado do Aeroporto Internacional de Campo Grande, voltou a ficar cheio nesta tarde em Campo Grande, apesar da pandemia do novo coronavírus e de vários decretos para reduzir a circulação de pessoas.

De crianças a adultos de até 50 anos, muita gente se arrisca dividindo espaço durante a caminhada, a brincadeira a tem quem divida, inclusive, a rodada de tereré.

O local é um dos mais frequentados da Capital para atividades de lazer e de acordo com alguns entrevistados pelo Campo Grande News, a quantidade de pessoas assustava.

“Achei que ia estar mais tranquilo”, disse a dona de casa Waleska Nogueira, de 42 anos, que foi até lá com a família. “Estamos cumprindo a quarentena certinho. Mas hoje resolvemos sair para tomar um ar e eu esperava que estivesse mais vazio”, comentou.

Ao falar com a reportagem, ela disse que já estava voltando para casa porque não queria arriscar e que avalia que a população não está levando a sério a gravidade da doença. “Exemplo é minha mãe: fuma bastante, é idosa e continua trabalhando sem se preocupar”.

Tereré em grupo e crianças brincando durante pandemia de novo coronavírus. (Foto: Paulo Francis)
Tereré em grupo e crianças brincando durante pandemia de novo coronavírus. (Foto: Paulo Francis)

Apesar do movimento, os trailers e quiosques de açaí e brinquedos não estavam lá no mirante. Vendendo água, Carlos Roberto Ferreira, 54 anos, é quem tomava conta dos brinquedos no local, mas hoje estava apenas vendendo água.

Ele conta que não levou a cama o pula-pula para não promover nenhuma aglomeração e que se pudesse, também ficaria em casa. “Eu sou autônomo, preciso me arriscar e vou me cuidando do jeito que dá”. Ele atende com luvas e ainda disponibiliza álcool em gel para quem quiser comprar água.

Carlos voltou a vender água, mas preocupado e com atenção redobrada. (Foto: Paulo Francis)
Carlos voltou a vender água, mas preocupado e com atenção redobrada. (Foto: Paulo Francis)

Para César Santos, 41, as pessoas não estão acreditando que a doença é grave. “Ontem eu retomei meus exercícios e estava bem vazio. Hoje, já está esse movimento todo. Já estou voltando para casa”, lamentou. A esposa dele, que fazia caminhada, não deu conta de continuar porque, segundo ele, ficava esbarrando nas pessoas. “É arriscado”, avalia.

Mas de fato, há quem julgue ser invenção os 826.250 casos confirmados no mundo e as 40.712 mortes. Enquanto a reportagem estava na avenida, homem que não se identificou, afirmou que o Campo Grande News “não ajudava” ao fortalecer as orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde) para que a população fique em casa.


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