Após 40 anos sem dormir bem, paciente recupera o sono com tratamento dentário
No episódio de hoje do podcast de Saúde e Bem-Estar, o cirurgião-dentista Diogo Coelho (CRO/MS 5501)
No episódio de hoje do podcast de Saúde e Bem-Estar do Campo Grande News, o cirurgião-dentista Diogo Coelho (CRO/MS 5501) revela como a saúde bucal pode transformar vidas, literalmente da raiz ao sono. Também abrimos o microfone para falar de algo que muita gente só lembra quando dói: a saúde bucal. Mas, como bem disse o nosso convidado, o cuidar da boca vai muito além do sorriso bonito, é um pacto diário com a própria saúde, com o bem-estar e, pasme, com a qualidade do seu sono.
Com a leveza de quem ama o que faz e o peso de quem já viu de tudo, o doutor Diogo tem uma missão: desmistificar a odontologia e mostrar que cuidar dos dentes pode, sim, salvar vidas. E começou com uma história que, se não tivesse sido contada por ele, pareceria ficção: a de um paciente que passou mais de 40 anos dormindo mal. A causa? Problemas bucais ignorados por décadas. Bastou iniciar o tratamento certo para que, como ele mesmo disse, “as boas noites de sono voltassem”.
E assim fomos mergulhando na conversa. “Saúde bucal é pra todos”, reforçou Diogo, sem fazer distinção entre quem tem todos os dentes, quem já os perdeu ou quem ainda está no meio do caminho. “Mesmo sem dentes, a boca precisa estar saudável”.
Falamos da cultura do “só vou ao dentista quando dói”. Diogo, que trabalha na linha de frente como cirurgião, pega os casos que já passaram do ponto, o lado final da negligência. Gente que ainda não sabe escovar, não entende a importância do fio dental, nunca escovou a língua. E não por preguiça, mas por falta de orientação. “A gente tem que começar do zero com muita gente. Ensinar escova, pasta, técnica. Educar”.
E se engana quem pensa que tudo isso é apenas sobre estética ou conforto. O dentista alertou: as bactérias da boca podem matar. Literalmente. “Já vi pacientes irem a óbito por sepse causada por infecções bucais não tratadas. Gengivite, cáries, dentes do siso inflamados... tudo isso pode cair na corrente sanguínea e afetar até o coração”.
A conversa passou pelos extremos: desde o atleta de alta performance, cujo rendimento cai por inflamações bucais, até o paciente acamado na UTI, cuja imunidade baixa encontra nas bactérias da boca um risco fatal.
A chave, segundo Diogo, está na prevenção. Escovar bem, usar o fio dental, limpar a língua.
“Assim como tomamos banho todo dia, precisamos cuidar da boca diariamente”, disse. Mas ele também reconhece: tem gente que tem medo, que tem trauma, que já sofreu na cadeira do dentista. Por isso, trouxe para o consultório o que há de mais moderno e confortável, como a técnica suíça do Air Flow, um jato de limpeza menos agressivo e muito mais eficaz. “A gente precisa humanizar o atendimento. Tem gente que olha pra mim com raiva, com medo... e depois sai agradecendo”, contou, entre risos.
E se você acha que mau hálito tem só a ver com escovar os dentes, pense de novo. A conversa chegou até a polêmica das lentes de contato dentais e o famoso “bafo de porcelana”. Diogo explicou: o problema não é a lente, mas a falta de limpeza adequada. “Se não remover as bactérias direito, vai ter halitose com ou sem lente”.
No fim das contas, ficou o recado: cuidar da boca é cuidar da vida. E como lembrou o doutor Diogo, com carinho e uma boa escova, dá até pra resgatar o sono perdido há mais de 40 anos.