Por medo, namorada de vítima do 'tribunal crime" depõe sem réus na sala
Audiência desta terça-feira (3) ouviu 6 das 9 testemunhas que prestariam depoimento. John Hudson dos Santos Marquesa, o "John John", foi executado em fevereiro deste ano, pelo tribunal do crime do PCC
A namorada de John Hudson dos Santos Marquesa, o "John John", executado em fevereiro deste ano, pelo tribunal do crime do PCC, foi ouvida em audiência na tarde desta terça-feira (3). Ela pediu que os acusados deixassem a sala antes de falar, por temer represálias.
Ouvida como informante, ela disse que namorava John há 3 meses e confirmou que ele vendia drogas, mas não disse para quem as drogas eram vendidas. No dia em que a vítima desapareceu, ela declarou que John recebeu uma ligação por volta das 22h.
Depois da ligação, ele afirmou que sairia, mas que voltaria logo. Meia hora após a saída do namorado, três pessoas procuraram por John na casa.
Uma nova audiência foi marcada para o dia 31 de julho às 15h30. Na ocasião os acusados devem prestar depoimento. Além deles, serão ouvidas as três testemunhas que faltaram e as testemunhas de defesa.
Os acusados são Gabriel Rondon da Silva, Tiago Rodrigues de Souza, Wellington Felipe dos Santos Silva, Leonardo Caio dos Santos Costa, Mackson Ferreira dos Santos, Maycon Ferreira dos Santos e Eloinai Oliveira Emiliano.
Policias da DEH (Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes de Homicídio), prestaram depoimento e afirmaram que os acusados confessaram serem integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). John seria da facção rival, Comando Vermelho.
Os policiais também disseram que a execução foi filmada para que os acusados “provassem” que o trabalho foi feito. As provas, contudo, foram destruídas. A polícia teve acesso apenas a uma foto, encontrada no celular de uma pessoa durante prisão realizada pela Polícia Militar. A foto circularia nos grupos de WhatsApp.
Ao menos quatro pessoas teriam participado da execução. Wellington, na ocasião, seria o motorista do carro que levou John John até o local de execução. Gabriel teria efetuado o primeiro tiro, Tiago o segundo e Eloinai decaptou a vítima.
Ainda segundo os depoimentos, Mackson seria o dono da casa onde o crime ocorreu. Maykon, por sua vez, também seria ligado ao PCC e conseguiu a casa em troca de drogas, recebidas por Mackson.
Jhon foi visto pela última vez à 0h30 do dia 14 de fevereiro quando saiu para fumar um cigarro em frente de casa, no Bairro Zé Pereira. Desde então, amigos e familiares se mobilizaram nas redes sociais a procura de notícias sobre o paradeiro do rapaz.